Um campeão eliminado, um título em busca de novo dono. FC Porto e Benfica davam início em dia de feriado à luta pelo Campeonato Nacional de hóquei em patins no Dragão Arena com um ligeiro favoritismo dos azuis e brancos pelo trajeto feito na fase regular e no playoff mas sobretudo com uma grande dúvida ligada à forma como os encarnados chegaram à decisão: nesta fase da temporada, seria preferível estar no lugar dos dragões com uma semana e meia de descanso após o triunfo por 3-0 frente ao Óquei de Barcelos ou era melhor vir mais rodado com jogos sucessivos como aconteceu com os lisboetas que passaram apenas na “negra” o Sporting com uma vitória por 3-2? O jogo 1 da final iria trazer essa resposta, com essa ressalva de, em algumas fases dos vários dérbis, jogadores fulcrais terem revelado o desgaste físico.

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“Desde o início da época que esperávamos chegar a esta altura como estamos, acabando a fase regular em primeiro e estando ainda sem derrotas no playoff. Estamos numa boa fase, vimos somando vitórias e isso também traz confiança. Temos o fator casa a nosso favor, só podemos estar confiantes mas sabemos que, quando a final começar, isso vai valer de pouco. Numa altura destas, já nada nos surpreende. Muita gente esperava que fosse o Sporting, por ter o fator casa a favor e por ter sido mais regular na fase regular, mas o desporto é mesmo assim. Nesta altura os jogos são tão equilibrados que é difícil fazer previsões. Seja qual for o adversário, o que interessa é que o FC Porto está nesta final e temos é de nos preocupar connosco. Temos a vantagem de jogar o jogo decisivo no Dragão Arena, caso seja necessário. Depois de tantos meses de trabalho, a adrenalina de uma final deixa o cansaço para trás”, comentara Rafa, um dos mais experientes internacionais no plantel dos azuis e brancos a par de Gonçalo Alves e Telmo Pinto.

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“Vamos jogo a jogo, vendo as possibilidades. Tentámos isso com o Sporting, no jogo 1 estivemos muito próximos, em casa fomos muito competentes, apesar das dificuldades no jogo 4. Para ganhar este Campeonato, que é o objetivo, vamos ter de ganhar três jogos, sendo que só temos dois em casa. É fundamental não perder jogos em casa. Temos sempre um jogo no Dragão para perceber o que vai acontecer, mas, pela experiência que tenho do playoff, é ir jogo a jogo, planear e preparar cada jogo da melhor forma possível e, depois, a cada análise perceber as nossas possibilidades e o que temos de corrigir. O FC Porto é uma equipa fortíssima, fez uma fase regular excelente, esteve em praticamente todas as finais. É a segunda com eles, da primeira não tivemos competência para ganhar mas vamos tentar ser mais fortes, independentemente de não termos o fator casa”, sublinhara o técnico dos encarnados, Nuno Resende.

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Os três clássicos realizados até ao momento esta temporada mostravam bem a imprevisibilidade em jogos entre os dois conjuntos. Na fase regular, no Dragão Arena, o FC Porto marcou três golos logo nos quatro minutos iniciais, consentiu o empate mas venceu depois pela margem mínima (4-3); na Luz, o triunfo do Benfica foi inquestionável (4-1); em Paredes, na final da Taça de Portugal, os azuis e brancos golearam (5-1). Nem o fator casa poderia ser levantado olhando para o que se passou na última temporada, quando a formação lisboeta ganhou os dois primeiros jogos fora da meia-final aos dragões antes de perder por 3-2 com um triunfo por 4-0 na “negra”. Agora, o clássico caiu de forma inequívoca para o FC Porto, que goleou de maneira expressiva o Benfica por 5-0 num jogo com pouca história desde meio da primeira parte.

Com o Benfica a apresentar algumas surpresas em relação às opções iniciais, com Diogo Rafael e Carlos Nicolia no banco (Pablo Álvarez não entrou sequer nas escolhas por motivos físicos), foi o FC Porto a ter um início a todo o gás inaugurando o marcador na primeira jogada ofensiva com finalização, numa saída rápida 3×2 conduzida por Gonçalo Alves com finalização de Carlo di Benedetto (2′). O encontro teve depois alguns minutos de menor critério das duas equipas e sem grandes oportunidades apesar de alguns remates de meia distância até aos 12′, altura em que Nicolia viu cartão azul por falta sobre Ezequiel Mena mas Pedro Henriques salvou o livre direto de Gonçalo Alves. Essa ameaça tinha sido evitadas, as seguintes não e, em power play com o suplente Rodrigo Vieira na baliza, o mesmo Gonçalo Alves fez o 2-0 (13′).

Pedro Henriques aproveitou a interrupção para reentrar na quadra mas o Benfica acusara esse aumentar da desvantagem, sofrendo poucos segundos depois o 3-0 numa fantástica combinação entre Telmo Pinto e Carlo di Benedetto para o remate final do francês na área (14′). Os encarnados tentavam reagir, tiveram dois remates para defesas de Xavi Malián que poderiam ter recolocado a equipa no jogo mas, quando os azuis e brancos já estavam à beira da décima falta, Xavi Barroso aumentou para 4-0, aproveitando uma recarga no poste contrário após trabalho individual descaído sobre a direita de Gonçalo Alves (21′). Diogo Rafael ainda acertou na trave depois de um lance onde o quinto golo dos dragões esteve próximo mas a décima falta iria cair a pouco mais de dois minutos do intervalo com Nicolia a desperdiçar o livre direto.

Os encarnados teriam de mudar praticamente tudo para poderem ter ainda alguma hipótese neste jogo 1 mas a segunda parte começou tão mal para a equipa de Nuno Resende como a primeira, com Mena a ter um grande trabalho individual para assistir depois Rafa para o 5-0 (27′). Pouco depois, Lucas Órdoñez permitiu a defesa a Xavi Malián num livre direto pela 15.ª falta dos visitados (28′) e o encontro começou a entrar numa fase quase sem história, com o FC Porto a ter ainda a hipótese de aumentar com Carlo di Benedetto a desperdiçar um livre direto após a décima falta dos encarnados (32′). Os técnicos foram depois rodando os jogadores, com Tiago Rodrigues a ser chamado também à baliza dos azuis e brancos para defender na primeira jogada mais um livre direto desta vez marcado por Edu Lamas (48′).