Foi um misto de tudo: a entrada na partida, as ausências por lesão, o desgaste físico, a ineficácia nas bolas paradas, a própria abordagem tática ao encontro. O jogo 1 da final do Campeonato de hóquei em patins foi uma espécie de lei de Murphy para os dois lados, com tudo o que podia correr mal a correr ainda pior ao Benfica e tudo o que podia correr bem a correr ainda melhor ao FC Porto, que contou ainda com um Xavi Malián gigante na baliza. No entanto, havia um ponto em que os dois conjuntos concordavam: apesar da goleada por 5-0, tinha sido apenas um encontro, com tanta importância como o jogo 2 este domingo.

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“Temos de dar uma resposta. Vamos tentar regenerar e acertar agulhas para o que pretendemos em termos táticos e estratégicos. Acredito que os jogadores querem dar uma resposta, porque fizemos tudo para chegar a esta final. A época tem sido longa, difícil, em que partimos sempre desde trás. Os jogadores querem muito ganhar esta final e têm a possibilidade, e espero ajudá-los nesse sentido, de nos colocarem no comboio do título, empatando esta final. Os nossos adeptos têm sido uma vitamina fantástica, tem sido extraordinária a forma como nos têm carregado. O que queremos muito é que os nossos adeptos encham o Pavilhão, porque eles dão-nos essa força extra”, lançara antes do jogo o técnico encarnado, Nuno Resende.

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“Foi um jogo muito bom da nossa parte e levámo-lo para onde queríamos. Também tivemos a casa cheia e os nossos adeptos a empurrarem-nos para a vitória. Ajudaram-nos a conseguir esta vitória mas ainda só está 1-0 e precisamos de mais duas vitórias. Agora estamos preparados, seja fisicamente ou mentalmente, para um jogo diferente daquele que foi o primeiro. Vamos lá para ganhar e acreditamos em nós, que somos capazes disso. O primeiro jogo já passou e só pensamos no próximo. Desde o início da época que o objetivo principal é ganhar o Campeonato mas somos o FC Porto e queremos ganhar tudo o que temos pela frente. Já ganhámos duas competições e focados para mais uma batalha”, realçara o jogador dos dragões Carlo di Benedetto, um dos melhores no jogo 1 da final com dois golos ainda na primeira parte da partida.

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Agora a história foi bem diferente, com o Benfica a conseguir marcar primeiro num início equilibrado e a gerir depois da melhor forma essa vantagem naquele que foi o segundo triunfo diante dos dragões esta temporada e de novo na Luz, contra três derrotas no Dragão Arena e na final da Taça, em Paredes.

O encontro começou de novo com muitas faltas, como acontecera no jogo 1, mas com o Benfica a assumir uma postura de maior risco com uma defesa subida a condicionar a construção dos azuis e brancos. Os encarnados foram rematando mais, os dragões atacaram mais pela certa mas nas balizas destacavam-se Xavi Malián e Pedro Henriques, dois muros que foram mantendo o nulo mesmo entre paragens técnicas dos dois treinadores. Assim, foi preciso esperar até meio do primeiro tempo para surgir o primeiro golo, com Pol Manrubia a rematar ao lado, Carlos Nicolia a tentar a recarga atrás da baliza e a carambola na área a entrar mesmo na baliza dos visitantes com o 1-0 atribuído ao internacional argentino (13′).

Apesar da vantagem dos encarnados, as características do jogo não mudaram (só mesmo o avolumar de faltas, que teve tendência para diminuir) e o intervalo aproximava-se com um único golo, apesar de mais algumas oportunidades criadas junto das duas balizas e um lance em que Ezequiel Mena teve de recolher ao balneário depois de ter aberto o sobrolho numa disputa de bola com Diogo Rafael. No entanto, houve um final de primeiro tempo de loucos com um minuto com mais emoção do que os restantes 24: Mena pediu azul para Diogo Rafael mas ficou tudo pela décima falta que Gonçalo Alves não aproveitou, Lucas Ordóñez também desperdiçou um livre direto, Xavi Malián defendeu um penálti de Nicolia muito contestado pelos dragões e Ordóñez fez o 2-0 no último segundo numa recarga após remate de Manrubia, num lance que ainda demorou a ser validado pelos árbitros mas que foi mesmo no tempo regulamentar.

Em desvantagem no marcador, o FC Porto tentou partir um pouco mais o jogo para chegar ao golo e reduzir distâncias mas foi o Benfica que mais beneficiou dessa condição, aproveitando uma saída rápida após roubo de bola a Gonçalo Alves para chegar ao 3-0 numa combinação com assistência de Nicolia para novo golo de Lucas Ordóñez (32′). Os azuis e brancos tiveram depois várias oportunidades para pelo menos se aproximarem no marcador mas Pedro Henriques esteve gigante na baliza dos encarnados, travando mesmo duas grandes penalidades do especialista Gonçalo Alves (35′ e 42′), mas o resultado fecharia com o 3-0 que premiou as significativas melhorias do Benfica sobretudo no plano defensivo.