A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) defendeu esta terça-feira que a Via Verde do AVC deve ser uma prioridade e apelou para que o acesso a este serviço seja assegurado em todos os hospitais.

Em comunicado, a SPAVC afirma que a opção de redirecionar um doente com AVC agudo para outras unidades hospitalares, a mais de 30 quilómetros de distância, representará um “atraso na prestação de cuidados de uma doença emergente, em que o dano causado ao cérebro aumenta por cada minuto sem tratamento”.

O tratamento agudo do AVC é uma emergência médica, sendo o sucesso das intervenções disponíveis extremamente dependente da rapidez da resposta”, salienta.

Perante o “encerramento da Via Verde do AVC em alguns hospitais portugueses”, a sociedade apela às entidades competentes que sejam garantidas “condições” e “assegurado” o atendimento e acesso tanto à Via Verde do AVC, como aos cuidados em unidades de AVC em todos os hospitais do país.

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Lembrando que o AVC é a principal causa de morte e incapacidade em adultos portugueses, a SPAVC defende ainda que a manutenção da disponibilidade de atendimento através da Via Verde do AVC deve ser uma prioridade nos hospitais com esta valência, mas também no sistema de saúde como um todo, “e assumida, como tal, pelos conselhos de administração e entidades governamentais”.

No documento, a organização destaca ainda que “não foram clarificadas as razões” para o aumento da mortalidade por AVC verificada em 2020 em Portugal, conforme os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com os dados do INE, no primeiro ano da pandemia registaram-se 7.125 óbitos devido à Covid-19, representando 5,8% do total de óbitos ocorridos no país e constituindo a segunda principal causa de morte, depois das doenças do aparelho circulatório.

Este resultado tem em conta o número de óbitos em que a causa básica de morte, ou seja, a doença que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram à morte, foi a Covid-19.

Já as doenças do aparelho respiratório, que em conformidade com o definido pela Organização Mundial da Saúde para a classificação estatística internacional de doenças não incluem a covid-19, mataram 11.266 pessoas.