Cada fim de semana de Grande Prémio, cada possibilidade que se levantava. Rebobinemos o filme e as páginas passadas para perceber então o resto da novela: entre Espanha e França, começaram a surgir os rumores de uma possível continuidade de Miguel Oliveira na KTM; em Itália, Jack Miller era já um dado adquirido na KTM mas existia a hipótese Tech3 para o português (que existiu, até com salário superior); na Catalunha, o piloto de Almada assumiu que ficaria apenas se fosse na equipa de fábrica da KTM e foi visto nas boxes da Gresini Racing, da Ducati. E até à antecâmara da corrida na Alemanha parecia quase uma inevitabilidade a ida para a equipa que até tem patrocínio de uma empresa portuguesa, a OLI, de Aveiro, e que deveria promover Enea Bastianini para o lugar do australiano ficando com uma vaga.

“Sim, vou estar na grelha do MotoGP”: Miguel Oliveira anuncia nova equipa nos próximos dias (e não falou apenas com a Ducati)

Afinal, tudo parece ter mesmo mudado. E se já antes se tinha falado de uma possibilidade muito remota de a Yamaha promover a formação que está no Moto2 para equipa satélite e de conversações com a Honda tendo em vista uma vaga na LCR, a hipótese Aprilia parece mesmo começar a ganhar forma.

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“O meu objetivo é ter uma mota competitiva e esse é o caso da Ducati.” Miguel Oliveira confirma rumores mas diz que tem “futuro em aberto”

No dia a seguir à data que se pensava ser a definitiva para o anúncio de uma decisão, o jornal Marca e a seguir outros meios espanhóis avançaram com a notícia de que Miguel Oliveira iria mesmo para a marca transalpina, ficando como um dos pilotos da nova RNF que será equipa satélite a partir de 2023. Dois dias depois, a mesma informação foi reforçada no programa MotoGePeando do Youtube com o jornalista Manuel Peccino e o Chicho Lorenzo, pai do antigo piloto espanhol Jorge Lorenzo.

O anúncio da Gresini era outro, Oliveira não falou do futuro mas nem tudo está igual: “Sentar-me com outras marcas motivou-me”

“Chicho, tenho de dizer-te algo que não deveria dizer já mas que nós entretanto soubemos. Podemos finalmente dizer que o Miguel vai ser piloto da Aprilia no próximo ano, na nova equipa satélite, a RNF do Razlan Razali. Não sei se foi ele que disse não à Ducati ou se foi a Ducati a dizer não ao ele mas para mim o Miguel escolheu a opção com mais futuro”, referiu o jornalista Manuel Peccino a Chicho Lorenzo, pessoa próxima também da Aprilia e que já na semana passada tinha destacado o português, falando mesmo num erro caso a KTM não segurasse o piloto em detrimento do recém-chegado Miller.

A novela Miguel Oliveira conhece mais um capítulo e o futuro do português pode não passar pela Ducati

Agora, a poucos dias das sessões de treinos livres para o Grande Prémio dos Países Baixos, em Assen, as notícias chegam de Itália mas no mesmo sentido das que tinham vindo antes de Espanha: de acordo com a Sky Italia, que tem os direitos do MotoGP para solo transalpino, Miguel Oliveira já terá chegado a acordo com a Aprilia para um acordo válido por duas temporadas para ser um dos pilotos da nova RNF de Razlan Razali, naquilo que é descrito como “um grande golpe no mercado” por assegurar alguém “bastante talentoso” e que já conseguiu vencer quatro corridas na principal categoria do motociclismo. A notícia refere ainda que, ao contrário do que chegou a ser levantado, Álex Rins vai ficar com um dos lugares da Honda na LCR (e não na RNF da Aprilia) e que a Gresini Racing mantém um lugar por preencher por ser cada vez mais provável a passagem de Enea Bastiani para o lugar de Jack Miller na Ducati.