O diretor do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT), em Abrantes, clarificou esta quarta-feira que aquela instituição continua a dar consultas a grávidas e a atender casos urgentes de Ginecologia/Obstetrícia, apesar de ter acionado o plano de contingência durante 24 horas.

“Acionámos o plano de contingência por 24 horas por uma questão de segurança das grávidas e devido a uma situação imprevista de doença súbita de dois médicos, com o médico obstetra de serviço está a assegurar as consultas e os casos mais urgentes e inadiáveis em conjunto com a equipa de três enfermeiros especialistas, sendo os casos menos urgentes encaminhados para o hospital de Santarém”, a cerca de 80 quilómetros de distância, disse Casimiro Ramos aos jornalistas ao início da tarde de hoje.

Numa conferência de imprensa, o diretor do Conselho de Administração do CHMT frisou que o serviço de urgência de Ginecologia/Obstetrícia “não está encerrado, está a funcionar, embora com as limitações dos recursos humanos disponíveis”.

Na terça-feira à noite, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) tinha dito que o serviço de urgência de Ginecologia/Obstetrícia do CHMT iam encerrar entre as 09:00 de hoje e as 09:00 de quinta-feira, pelo que “as grávidas devem dirigir-se/serão encaminhadas para o Hospital de Santarém, e, caso se justifique, para outras unidades hospitalares da região”.

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Centro Hospitalar Médio Tejo encerra urgência de Ginecologia e Obstetrícia devido a “doença súbita de dois profissionais”

Aos jornalistas, Casimiro Ramos disse ainda que, até às 14 horas, “não foi ninguém encaminhado para Santarém nem surgiu nenhum caso urgente em trabalho de parto na maternidade de Abrantes”, que tem internadas sete puérperas e sete crianças, uma grávida, ainda não em trabalho de parto, e seis em ginecologia.

“Durante o dia de hoje, e até às 09 horas de quinta-feira, dia 30, o médico de serviço presta as consultas normais e avalia as grávidas que se dirijam às urgências da unidade hospitalar, sendo que desta avaliação podem surgir três situações: numa situação verde podem ser atendidas amanhã ou depois, em situação intermédia serão encaminhadas para o hospital de Santarém – temos duas ambulâncias de socorro em estado de prontidão permanente e serão acompanhadas por uma enfermeira especialista – e, numa situação aguda e de emergência, o parto será realizado aqui em Abrantes”, assegurou.

Com uma “média de 30 atendimentos diários” na Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do CHMT, “dos quais 15 são pulseira verde”, e “três a quatro partos por dia” na maternidade em Abrantes, Casimiro Ramos afirmou que, “não tendo o CHMT mais de mil partos anuais, a equipa de oito médicos obstetras que estão no quadro, com o apoio de sete prestadores de serviços, “é suficiente” para as necessidades de um centro hospitalar cujo serviço e escalas de Ginecologia-Obstetrícia “estiveram todas garantidas desde o início do mês de junho”, até este “constrangimento súbito”.

O administrador hospitalar assegurou que “amanhã [quinta-feira] estará reposta a escala normal”, tendo o plano de contingência sido acionado durante 24 horas, desde as 09:00 de hoje, dia 29 de junho, e até às 09:00 de dia 30 de junho, “por motivo de doença súbita de dois médicos obstetras, cuja substituição não foi possível assegurar em tão curto espaço de tempo”.

O responsável do CHMT disse ainda que esta “articulação” foi “previamente coordenada entre diversos hospitais da região”, e que a mesma “faz parte da gestão cabal das urgências hospitalares no período de contingência atualmente vivido nesta área da Ginecologia-Obstetrícia”.