Michel Temer, ex-Presidente do Brasil, lamentou na segunda-feira a atitude do chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, para com o seu homólogo português e elogiou o modo “muito delicado” como Marcelo Rebelo de Sousa reagiu.

Antes de se reunir com o Presidente português, num hotel de São Paulo, Michel Temer foi questionado pelos jornalistas sobre a decisão de Jair Bolsonaro de cancelar o encontro oficial que estava agendado para segunda-feira, em Brasília.

“Eu lamento. Eu acho que seria um grande momento até para praticamente dar início às comemorações da independência do Brasil. Uma boa conversa do Presidente de Portugal com o Presidente do Brasil seria extremamente útil. É uma pena que tenha acontecido este desencontro“, declarou Michel Temer.

Na sua opinião, “o Presidente Marcelo foi muito delicado quando disse: olhe, quem convida é que mantém ou não mantém o convite, eu não tenho nenhum problema em relação a isso“.

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“Eu vou dizer a ele [Marcelo Rebelo de Sousa] que lamento muito o que aconteceu. Agora, não tenho condições institucionais — eu não ocupo nenhum cargo público — para falar em nome do Brasil”, acrescentou Temer.

Jair Bolsonaro fez saber pela comunicação social que já não iria receber o seu homólogo português em Brasília, decisão que justificou com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa se ir encontrar com o antigo Presidente Lula da Silva em São Paulo. Os dois vão defrontar-se nas eleições presidenciais que estão marcadas para 2 de outubro.

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Questionado se este episódio criou um problema diplomático entre os dois países, Temer respondeu: “Eu espero que não. Eu acho que a diplomacia brasileira tem muita consciência da relação, não só com todos os países, mas especialmente com Portugal“.

Se Bolsonaro lhe tivesse “pedido conselho”, teria aconselhado: “Receba o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, é nosso parceiro, Presidente de Portugal, além de ser uma figura finíssima, delicadíssima, extremamente bem formado”.

O ex-chefe de Estado realçou que este é o ano do bicentenário da independência do Brasil, que se assinala em 7 de setembro: “Nós estamos também num período histórico muito importante”.