Portugal tinha o melhor ataque do grupo a par dos Países Baixos mas não marcou. Portugal nunca tinha ficado em branco na presente edição mas não conseguiu fazer qualquer golo. Portugal nunca tinha sofrido mais do que três golos mas consentiu cinco. O encontro que poderia ser histórico para o futebol feminino nacional (ou mais histórico) acabou por ser sobretudo um choque com a realidade, acabando em goleada frente à Suécia por 5-0 com quatro dos golos consentidos a surgirem de bolas paradas, naquele que foi o principal calcanhar de Aquiles da Seleção ao longo da competição e que voltou a fazer a diferença.

As cartas estão lá mas não lhes peçam para jogar à sueca na mesa do canto: Portugal eliminado do Europeu feminino após goleada com Suécia

Com isso, e depois dos três pontos feitos na fase de grupos de 2017 que marcou a estreia de Portugal em fases finais do Europeu (0-2 com a Espanha, 2-1 com a Escócia e 1-2 com a Inglaterra), a Seleção acabou a segunda participação com apenas um ponto do empate frente à Suíça, além de uma derrota pela margem mínima com os campeões em título Países Baixos e uma goleada diante da Suécia. No entanto, os sinais de evolução no jogo foram evidentes e nem por isso saíram beliscados com a despedida a perder.

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“Começámos bem o jogo mas nas bolas paradas não somos competitivos. Defendemos bem durante a posse de bola da Suécia, não sofremos nenhum golo de nenhum ataque, só de bolas paradas e um na transição. Mas neste nível tudo conta e foi muito difícil para nós parar as bolas paradas da Suécia. Da outra vez, estávamos mais altos, sofremos golos da primeira bola, desta vez estávamos mais baixos e sofremos da segunda bola. Temos que crescer. Foi o ponto neste Europeu em que precisamos de crescer e melhorar. Há outras coisas no nosso jogo em que temos de crescer, esta é uma delas”, comentou Francisco Neto.

“Há cinco anos falei com as jogadoras e tinha dito que voltaríamos mais fortes. Cinco anos depois voltámos mais fortes na qualidade de jogo, na competência e na forma como temos a coragem e a ambição de encarar os jogos. Mas também levamos a ilação de que não estamos no patamar onde temos de estar em alguns pontos do jogo. Na soma destes três jogos, estou orgulhoso da capacidade delas e daquilo que elas conseguiram fazer. A Suécia é a equipa [europeia] mais alta no ranking [da FIFA] e podem ganhar o troféu. São muito fortes”, acrescentou ainda o selecionador após a eliminação da prova.

“Deixa-nos tristes terminar a competição desta maneira, não era a maneira certamente de que queríamos acabar esta partida. Acima de tudo, aquilo que levo é o que de bom demonstrámos ao longo do torneio. Demonstrámos que fomos um Portugal bastante competitivo, embora, se calhar, muita gente não contava com isso. Independentemente de termos começado os outros dois jogos a perder por 2-0, para mim o mais importante, enquanto líder da equipa e jogadora desta Seleção, é que crescemos enquanto equipa, crescemos enquanto grupo. Conseguimos ter maturidade para marcar golos, para ir atrás desses resultados e demonstrar que também merecemos respeito. É isso que fica, o respeito que ganhámos das outras seleções”, salientou também após a derrota com a Suécia Dolores Silva, capitão de equipa.

“Foi a demonstração de que Portugal tem qualidade e isso, para nós, foi importante para nos dar confiança, para crescermos enquanto grupo, porque segue-se uma qualificação para um Campeonato do Mundo, que é muito importante para nós e no qual queremos marcar presença. Saímos com coisas diferentes. Em 2017 saímos com três pontos e neste só conseguimos um, mas conseguimos marcar mais golos. Sofremos mais também, é verdade”, completou a média na análise à prestação da Seleção.