Morreram mais 523 pessoas na semana passada em Portugal do que o esperado para aquele período com base nos valores médios da mortalidade nos anos anteriores, noticia esta terça-feira o jornal Público com base em dados da Direção-Geral da Saúde.
Os elevados números da mortalidade em excesso registaram-se na semana em que Portugal atravessou uma onda de calor com temperaturas recorde em vários pontos do país e com vários incêndios a deflagrar por todo o território.
Ainda assim, nota o Público, ainda não é possível traçar detalhadamente a relação entre a onda de calor e o excesso de mortalidade, pelo que não se sabe exatamente quantas mortes terão sido provocadas pelas altas temperaturas.
O que é certo, para já, é que nesta semana de calor intenso foi atingido um novo pico de mortalidade. Só num dia — a quinta-feira, dia 14 — morreram 440 pessoas. Foi o segundo dia com mais mortes em Portugal este ano (em fevereiro tinha havido um dia com 445 mortes).
De acordo com a análise feita ao Público pelo meteorologista Pedro M. Sousa, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, só no dia 14 de julho morreram cerca de 180 pessoas a mais em relação à média dos anos interiores. Retirando-lhes os 15 óbitos registados por Covid-19, ficam 165 óbitos de excesso de mortalidade que poderão, eventualmente, ser maioritariamente atribuídos ao calor.
Olhando para o período da primeira quinzena de julho, mais afetada pela onda de calor, é possível estimar que as altas temperaturas tenham sido responsáveis por cerca de mil óbitos, analisa o mesmo meteorologista.