O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, debateu esta terça-feira com o chefe da diplomacia do Togo, Robert Dussey, a detenção de militares costa-marfinenses no Mali há mais de uma semana, no quadro da mediação togolesa.

De acordo com uma nota da Presidência da Costa do Marfim, Ouattara “agradeceu” ao seu homólogo togolês Faure Gnassingbé — representado por Dussey — “as iniciativas para encontrar uma solução rápida” para a libertação dos 49 miliares.

A deslocação de Robert Dussey a Abidjan ocorreu 24 horas depois de, em Bamaco, se ter reunido com o Presidente de transição do Mali, Assimi Goïta.

O líder da junta militar no poder no Mali, que se manifestou “aberto ao diálogo e disposto a trabalhar para um desfecho feliz da situação”, pediu a mediação do Togo.

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A Costa do Marfim pediu na terça-feira passada a libertação “imediata” dos seus 49 militares detidos “injustamente” em 10 de julho no aeroporto de Bamaco e acusados pelas autoridades malianas de serem “mercenários” que procuravam desestabilizar o país.

De acordo com Abidjan, a presença dos seus militares, no âmbito das operações de apoio logístico à missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), era “bem conhecida das autoridades malianas”.

Ainda de acordo com Abidjan, esses militares deveriam substituir outros costa-marfinenses destacados no Mali como Elementos de Apoio Nacional, um procedimento da ONU que permite que contingentes de missões de paz chamem prestadores de serviços fora da ONU para apoio logístico.

Segundo a Costa do Marfim, tratava-se da oitava rotação de militares seus no Mali.

O Mali, um país sem litoral no coração do Sahel, foi palco de dois golpes militares em agosto de 2020 e maio de 2021.

O país adotou recentemente um cronograma de transição que deve permitir que os civis regressem ao poder em março de 2024.

Na sequência da adoção deste calendário, os países membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da qual a Costa do Marfim é membro, levantaram as sanções económicas e financeiras impostas em janeiro ao Mali.

A crise política maliana anda a par de uma grave crise de segurança em curso desde o início, em 2012, de insurgências separatistas e ações fundamentalistas islâmicas no norte do seu território.