O Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) alcançou há duas semanas o marco de 2.500 transplantes hepáticos, com uma cirurgia realizada no hospital Curry Cabral a um homem com 61 anos, anunciou esta quarta-feira o médico responsável.

Na data em que se assinala o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, o diretor do serviço de cirurgia geral do CHLC, Hugo Pinto Marques, contou à Lusa que o transplante número 2.500 realizou-se no dia 6 de julho e o doente, um homem ucraniano de 61 anos, deverá ter alta nos próximos dias.

“Decorreu sem problemas nenhuns, como felizmente decorrem a maior parte destes transplantes mais usuais e com uma equipa como a nossa, que já tem muita experiência”, disse Hugo Pinto Marques, que integrou a equipa médica responsável, acrescentando que foi uma cirurgia simples e durou cerca de quatro horas.

O primeiro transplante hepático no Curry Cabral foi realizado em setembro de 1992 e quase 30 anos depois o CHLC é atualmente o centro hospitalar em Portugal com maior número de doentes transplantados ao fígado, sendo que Coimbra contabiliza cerca de 1.600 e o Porto cerca de 1.550.

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Na Europa, somos um dos maiores centros de transplante. Fazemos entre 100 a 140 transplantes por ano, acrescentou o também coordenador do Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação do Curry Cabral.

“Ao fim de 2.500 transplantes e 30 anos de experiência, pode imaginar-se a evolução que houve em termos de resultados imediatos e a longo prazo”, sublinhou, explicando que desde a técnica anestésica à técnica cirúrgica, tudo foi melhorado, incluindo em termos farmacológicos.

Segundo Hugo Pinto Marques, desde a criação do Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação, em 2005, a atividade relacionada com o tratamento de doentes hepáticos no CHLC aumentou exponencialmente.

“Quando se criou o centro, aumentou muito a referenciação de doentes com cancro do fígado, do pâncreas e das vias biliares. Em 2005 fazíamos (a referenciação de) entre 50 a 100 doentes com patologias deste tipo e agora fazemos, por ano, entre 700 e 800 doentes”, apontou.

A cirurgia número 2.500 foi realizada por uma equipa constituída por cinco cirurgiões, um anestesista e três enfermeiras. “No fundo, são apenas a linha da frente de uma vastíssima equipa cujo trabalho começa na referenciação do dador”, acrescentou Hugo Pinto Marques.