O parlamento lituano, o Seimas, aprovou esta quarta-feira por larga maioria a ratificação da Suécia e da Finlândia como candidatos à adesão à NATO, concluindo o processo dos países bálticos.
A votação terminou com 112 deputados a votarem a favor da entrada da Suécia, que obteve apenas um voto contra, enquanto a Finlândia recebeu o apoio de 111 deputados.
Com esta votação, ficou completa a ratificação parlamentar do país báltico ao pedido de admissão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), formalizado em julho, pelos dois países nórdicos, até agora associados da Aliança Atlântica, mas não membros plenos da organização.
As votações decorreram na presença dos embaixadores sueco e finlandês e foram recebidas com aplausos de todos os deputados presentes no Seimas.
A ratificação pela Lituânia segue-se à votação, a 6 de julho, pelo parlamento da Estónia, que também aprovou a adesão dos dois países nórdicos por esmagadora maioria, tendo sido um dos primeiros, entre os 30 membros da NATO, a fazê-lo.
O parlamento letão também ratificou a entrada dos dois países nórdicos, em sessão extraordinária realizada a 14 de julho.
Os três países bálticos apoiaram desde o início as aspirações suecas e finlandesas de aderir à NATO, precipitadas pela agressão russa à Ucrânia e após anos de neutralidade militar por parte destes dois parceiros nórdicos da União Europeia.
A Lituânia, a Letónia e a Estónia consideram que a incorporação desses países fortalecerá a segurança regional, especialmente no que diz respeito ao chamado corredor Suwalki, que percorre a fronteira lituana e a polaca e liga o enclave russo de Kaliningrado à Bielorrússia.
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Este corredor constitui o único canal de comunicação que pode fornecer eventuais reforços à NATO para proteger os países bálticos em caso de necessidade, mas pode facilmente ser cortado pelos russos.
A entrada da Suécia e da Finlândia permitirá à Aliança Atlântica dispor de corredores marítimos e aéreos alternativos para apoio aos países bálticos.
A Finlândia e a Suécia mantiveram formalmente a sua neutralidade militar durante a Guerra Fria e após o colapso da União Soviética.
A invasão da Ucrânia pela Rússia precipitou uma reviravolta da posição tanto na opinião pública como no espetro parlamentar dos dois países nórdicos.