A vitória no Grande Prémio Douro Internacional apenas com José Neves, que aguentou a correr sozinho as duas últimas etapas com a camisola amarela, tinha dado uma espécie de novo fôlego à W52 FC Porto que, apesar de todas as circunstâncias advindas dos castigos pela operação Prova Limpa, mantinha a convicção de participar na Volta a Portugal para defender os títulos ganhos nos últimos anos. Aliás, esta semana, o patrão da equipa, Adriano Quintanilha, deslocou-se a Espanha para estudar as possibilidades de mercado para conseguir garantir o mínimo de corredores para a prova. Afinal, o esforço de nada valeu.

“A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipa continental W52 FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal. A decisão entra imediatamente em vigor, pelo que a equipa está impedida de voltar a competir”, confirmou o órgão a propósito da suspensão que afasta a equipa da Volta a Portugal.

De recordar que, depois da suspensão de oito corredores na sequência da operação Prova Limpa, os azuis e brancos tinham apenas três atletas disponíveis para a Volta a Portugal: Amaro Antunes (vencedor da prova em 2020 e 2021), José Neves (o “herói” do Grande Prémio Douro Internacional) e Jorge Magalhães. Foi por isso que Quintanilha se deslocou a Espanha, tendo identificado três corredores espanhóis que iriam reforçar os dragões na prova que terá início com um prólogo em Lisboa na quinta-feira, dia 4.

“Como devem imaginar, o promotor não deve tomar decisões sobre isso. Por aquilo que circula na comunicação social, apesar de confirmarmos que corresponde à verdade, temos tido comunicação com a Federação Portuguesa de Ciclismo e a decisão é óbvia. É um histórico da Volta e, em circunstância alguma, o abandono de forma conflituosa seria bom para o ciclismo. Mas na realidade a equipa não está suspensa. Sei que os responsáveis da equipa estão a fazer tudo o que está ao seu alcance, com a nossa colaboração e da Federação Portuguesa de Ciclismo, para que sejam encontradas soluções para que se possa manter na Volta sem os [ciclistas] suspensos”, tinha referido na semana passada Joaquim Gomes, diretor da Volta a Portugal, à margem da apresentação a prova e antes de ser confirmada a suspensão.

“Compreendem que não é uma decisão fácil. Há vários pontos de análise. É um patrocinador e uma marca que tem um passado enorme na Volta. Quero acreditar que nenhum deles está diretamente envolvido no que se passou. Estão empenhados em dar continuidade à história do FC Porto na modalidade. O estatuto que detém hoje foi muito promovido por ter equipas na Volta e pelas batalhas épicas que teve na Volta. Existindo a remota possibilidade de manter intacto este simbolismo, para que de uma forma ética e moral se mantenha na prova, faremos tudo”, acrescentara ainda Joaquim Gomes a esse propósito.

Em atualização

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR