Marcelo Rebelo de Sousa comentou esta quinta-feira, 27 de julho, (como “pessoa” e não como “Presidente da República”) a notícia avançada pelo Observador sobre a ocultação de crimes de abusos na igreja pelo anterior e atual cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo e D. Manuel Clemente, respetivamente, rejeitando a possibilidade de estes terem escondido da justiça os crimes.

“Aquilo que eu posso dizer — e nem é como Presidente da República, é como pessoa — é que o juízo que formulo sobre as pessoas (e não os elementos da hierarquia católica) D. José Policarpo e D. Manuel Clemente é que não vejo em nenhum deles nenhuma razão para considerar que pudessem ter querido ocultar da justiça a prática de um crime“, disse.

Patriarca de Lisboa recebeu denúncia de abusos e reuniu-se com vítima. Mas manteve padre em funções e não comunicou caso à polícia

O Presidente da República ressalvou que esta é a sua “opinião pessoal” e que é fruto do “conhecimento de muitos anos” de D. José Policarpo e D. Manuel Clemente. “Tudo o mais, há a comissão, há órgãos competentes para apreciar ou reapreciar estas matérias”, acrescenta.

Na quarta-feira, 26 de julho, o Observador revelou que D. Manuel Clemente e D. José Policarpo tiveram conhecimento de uma denúncia de abusos sexuais de menores relativa a um sacerdote do Patriarcado. O atual patriarca de Lisboa chegou mesmo a encontrar-se pessoalmente com a vítima, optando por não comunicar o caso às autoridades civis e por manter o padre no ativo com funções de capelania.

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