O chefe das operações de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, inicia esta sexta-feira uma visita à República Democrática do Congo (RDCongo) após ataques contra os “capacetes azuis” e face à continuação dos protestos contra a presença das Nações Unidas.
Lacroix pretende reunir-se com as autoridades nacionais e visitar membros da missão da ONU na RDCongo (Monusco) para lhes transmitir o seu apoio após a morte esta semana de três dos seus membros — dois indianos e um marroquino — no quadro destes protestos, marcados por saques e tentativas de assalto a bases da organização.
ONU confirma morte de três capacetes azuis em protestos contra missão na RDCongo
Entre os dias 25 e 26, pelo menos 15 pessoas morreram — incluindo os três membros da Monusco —, nos protestos contra a missão da ONU no nordeste do país, pelos quais a organização culpa “saqueadores” e membros de grupos armados que infiltraram os manifestantes .
Além da capital, Kinshasa, Lacroix planeia viajar para Goma, a principal cidade da província de Kivu do Norte, principal palco de tensões.
Segundo o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, a situação esta sexta-feira estava calma em Goma, mas as ameaças de violência contra os “capacetes azuis” continuaram nas redes sociais.
Farhan Haq disse à imprensa que as forças de segurança impediram duas tentativas de manifestantes de entrar numa base da Monusco na cidade de Kiwanja, na província de Kivu do Norte.
Enquanto isso, em Nyamilima, no território de Rutshuru, o Exército da RDCongo interveio para impedir um ataque contra outra base da ONU e deteve jovens que carregavam pedras e bombas artesanais improvisadas.
ONU consagra direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável
De acordo com Haq, a Monusco, portanto, permanece em alto nível de alerta e reitera anteriores apelos à calma, juntamente com o governo do país.
O leste da RDCongo está mergulhado desde 1998 num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques do Exército, apesar da presença da Monusco, que tem cerca de 14 mil efetivos.
Os recentes protestos visam a saída da missão da ONU, acusada de ineficiência face à violência que atinge a região e depois de líderes políticos nacionais terem lançado críticas no mesmo sentido.