O mês de julho foi o mais quente dos últimos 92 anos, com temperaturas quase sempre acima do normal e com um registo de 47ºC em Pinhão, um novo extremo para julho no continente.

Os dados fazem parte do boletim climatológico de julho esta sexta-feira divulgado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que classifica o mês de julho de 2022, em Portugal continental, como extremamente quente em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à precipitação.

Num mês “excecional”, foram excedidos os extremos absolutos de temperatura máxima em 28 estações e da temperatura mínima em 21 estações.

Entre os dias 7 e 14 de julho foram registados 98 novos recordes de temperatura máxima, com o maior número de recordes absolutos no dia 14 e mensais no dia 13″, diz o IPMA.

No mês passado, o valor médio da temperatura média do ar foi de 25.14ºC (graus celsius), o que representa quase três graus (2.97ºC) acima do valor normal.

O valor médio da temperatura máxima do ar, com mais de 33ºC (33.16 °C), foi o segundo mais alto desde 1931 (desde que há registos), só ultrapassado pelo mês de julho de 2020). Foram mais 4.44ºC do que o normal.

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No documento o IPMA salienta que os quatro maiores valores da média da temperatura máxima em julho ocorreram depois de 2000.

O valor médio da temperatura mínima (17.13ºC) também foi quase dois graus acima do normal, e foi o quarto mais alto desde 1931.

Durante o mês de julho, diz também o IPMA, os valores de temperatura do ar estiveram quase sempre muito acima do valor normal, com períodos excecionalmente quentes, como entre 07 e 17 e entre 20 e 26, e ainda 29 e 31.

Além dos 47ºC no dia 14 registados na estação do Pinhão, o IPMA destaca a persistência de valores muito altos de temperatura mínima, média e máxima em vários dias, e diz que dia 13 foi o dia mais quente deste ano no continente e o quinto dia mais quente deste século.

Tendo em conta a média do continente, o país teve em julho valores médios da temperatura média superiores a 25 graus e valores médios da temperatura máxima superiores a 34 graus em 11 dias consecutivos. E durante três dias seguidos os valores médios da temperatura máxima foram acima dos 38 graus, o que confirma um “caráter excecional” do mês de julho.

Esse caráter excecional, de extremamente quente, contribuiu para que o período de janeiro a julho deste ano fosse o terceiro mais quente desde há 92 anos, só ultrapassado pelos períodos idênticos de 2020 e 2017.

Quanto à precipitação julho foi o quarto mais seco desde 2000, com o total de precipitação a corresponder apenas a 22% do normal.

No fim de julho, em relação ao final de junho, havia “uma diminuição significativa dos valores de percentagem de água no solo em todo o território, que foram mais significativas nas regiões Centro e Sul” diz o IPMA, que realça o aumento da área com valores inferiores a 10% e iguais ao ponto de emurchecimento permanente.

A 31 de julho, com todo o país em seca meteorológica, havia um aumento da área na classe de seca extrema: 55% do território está na classe de seca severa e 45% na classe de seca extrema.