Tem 1,77 metros, pesa 52 quilos e até já tem direito a alcunha – Metal Bro. A tecnológica chinesa Xiaomi está a trabalhar num robô humanóide, através da unidade Robotics Lab, que apresentou num evento esta quinta-feira, na China.

O CyberOne, assim se chama o robô bípede, subiu ao palco, demonstrou as capacidades de caminhada e até conseguiu entregar uma flor a Lei Jun, o CEO da companhia. O robô é o segundo produto — depois da apresentação do “cão” robótico Cyberdog — a sair do laboratório de robótica da empresa chinesa, que é mais conhecida no mercado pelos seus smartphones. De acordo com o CEO, a empresa tem “investido fortemente em investigação e desenvolvimento em várias áreas, incluindo inovação em software, hardware e algoritmos”.

De acordo com a informação apresentada pela empresa, este robô consegue ter uma amplitude de braços de 1,68 metros e a capacidade para reconhecer até “85 tipos de sons ambiente e 45 classificações de emoções humanas”.

CyberOne, robô humanóide Xiaomi

O CEO da Xiaomi durante a apresentação do CyberOne.

Em substituição da cara, o CyberOne tem um ecrã OLED curvo, onde será possível transmitir informações complementares ao humano com que estiver a interagir. Em comunicado, a Xiaomi detalha que, uma vez que estes robôs dependem da visão para processar o ambiente que o rodeia, o CyberOne tem um “módulo de visão de profundidade Mi-Sense”, desenvolvido pela companhia, que “combinado com um algoritmo de interação de inteligência artificial” permite perceber o espaço 3D. Será também este módulo que permite ao robô ter perceção de gestos e expressões, além de permitir reconhecer indivíduos.

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Para conseguir caminhar, este robô depende de uma série de motores – um para controlar os membros superiores e outro para a articulação da anca, por exemplo. Este robô consegue aguentar até 1,5 quilos de peso em cada mão.

O processo de investigação e desenvolvimento deste robô combinou tecnologias de várias áreas, incluindo “perceção biónica e cognição, biomecatrónica, inteligência artificial, big data, computação em nuvem e ainda navegação visual”.

Por agora, sabe-se que um robô deste género pode custar entre 600 mil e 700 mil yuan, algo que fica entre 89 mil e 104 mil dólares.

A demonstração deste robô da Xiaomi conseguiu chegar ainda antes do protótipo da Tesla. Em agosto do ano passado, Elon Musk mostrou as primeiras imagens do Tesla Bot, um robô humanóide para fazer tarefas que sejam mais perigosas para os humanos, que poderia ser usado nas fábricas da Tesla. Está ainda por conhecer, no entanto, o protótipo deste robô – e perceber de que forma se comporta.

Neste momento, no universo dos robôs humanóides, o Atlas, desenvolvido pela Boston Dynamics – a mesma empresa dos robôs quadrúpedes Spot, parecidos com os da série Black Mirror – é um dos mais desenvolvidos. Afinal, o Atlas já consegue praticar parkour, correr e até ultrapassar obstáculos.

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Evento da Xiaomi não se resumiu só a robôs

O CyberOne pode ter chamado à atenção, mas está longe de ser a única novidade do evento da Xiaomi. A marca apresentou também um novo smartphone dobrável, o Mix Fold 2, além de mais equipamentos, incluindo o Redmi K50 Ultra.

O Mix Fold 2 dobra-se como um livro, sendo também mais fino do que o antecessor, já que, quando está desdobrado, tem uma espessura de 5,4 milímetros, e de 11,2 milímetros quando está dobrado.

Para isso acontecer, a empresa partilhou que trabalhou na dobradiça – a parte mais desafiante no campo dos smartphones dobráveis (e também a que é sujeita a maior stress). A Xiaomi chama-lhe uma dobradiça “Micro Waterdrop”, que apresenta um raio de curvatura mais reduzido, por exemplo.

Este smartphone conta um dois ecrãs AMOLED. O ecrã exterior tem 6,56 polegadas, com uma resolução de 2.520 x 1080, com uma taxa de atualização de 120 Hz. Já o ecrã interior, de maiores dimensões com 8,02 polegadas, tem uma resolução de 2.160 x 1.914, com uma taxa de atualização também de 120 Hz.

Percorra a galeria para ver mais imagens dos smartphones.

3 fotos

À semelhança do Fold 4, apresentado esta semana pela Samsung, também o dobrável da Xiaomi usará o sistema operativo Android 12L, desenvolvido pela Google para se adaptar a ecrãs de maiores dimensões, uma das características mais marcantes dos telefones dobráveis. No interior, está um processador Snapdragon 8+ Gen 1, uma bateria de 4.500 mAh e 12 GB de RAM. O armazenamento interno vai variar entre 256, 512 GB ou 1 TB.

As características do Mix Fold 2 incluem também um conjunto de câmaras da Leica: uma câmara principal, com um sensor de 50 MP, uma ultra grande angular de 13 MP e uma câmara de telefone de 8 MP, com um zoom ótico de 2x. Já a câmara frontal conta com um sensor de 20 MP.

Foi também apresentado o Redmi K50 Ultra, uma atualização na série K50. Este equipamento contará com o mesmo processador do Fold 2, mas tem uma câmara principal de 100 MP, uma ultra grande angular de 8 MP e uma câmara de telefoto com 2 MP. No interior, está uma bateria de 5 mil mAh, que a marca explica que poderá atingir uma carga completa em “apenas 19 minutos”.

Não há, no entanto, previsão de chegada a Portugal destes dois equipamentos.

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