A esperança era muita. Até o facto de Cristiano Ronaldo ter começado no banco acabava por ser quase “secundarizado”, tendo em conta o regresso da Premier League a um Old Trafford satisfeito com todos os sinais deixados pelo Manchester United de Erik ten Hag durante a pré-temporada. 90 minutos depois, um banho de realidade servido com água gelada: o Brighton fez história e venceu em casa dos red devils no encontro inaugural, que teve o avançado português a entrar na segunda parte quando a equipa já perdia por 2-0. “Foi uma verdadeira deceção, tenho de admitir”, confidenciou no final o técnico neerlandês.
“Sabia desde o início que não seria fácil mas demos duas bolas fáceis e não estivemos bem organizados. Sabíamos que a derrota podia acontecer mas devíamos ter feito melhor, isso é óbvio. Mas também é algo que não acontecerá da noite para o dia. Hoje tivemos um mau momento na primeira parte e temos de aprender com isso. Isto é um trabalho infernal… Temos de trabalhar duro, analisar o que aconteceu e seguir em frente. Temos um grande trabalho pela frente, sei disso desde o início e nada mudou”, comentou Ten Hag, admitindo que, caso Martial estivesse bem fisicamente, tinha sido o titular na frente do ataque.
Agora, frente ao Brentford, o treinador tentava uma espécie de “novo início” depois da derrota a abrir a temporada. Com a mesma convicção de que é solução e não problema, com a mesma certeza de que vai conseguir inverter o atual momento (que perdura desde a época passada) do Manchester United, sem abrir o jogo em relação à possível titularidade de Cristiano Ronaldo depois de mais uma semana de treinos.
“Não posso pedir aos adeptos para que tenham paciência, mesmo tendo essa esperança de que possam ser pacientes, porque querem ver uma equipa vencedora e é para isso que cá estou. No entanto, tenho de promover isso e o processo demora tempo, é mesmo assim. As coisas não correram bem na estreia, do resultado à exibição que teve muitos aspetos negativos. Mas é normal, estamos no início e com uma nova ideia de jogo. Não conseguimos fazer muito do que conseguimos na pré-época, precisamos ser mais fortes até em termos mentais porque é normal no início haver erros. Ronaldo? Teve uma boa semana de treinos. Quanto ao onze, vamos ver. Já tomei a minha decisão mas mantenho-a para mim”, referira.
????️ "You saw it, second half last week when he came on, he made a difference in the game"
Erik ten Hag says speaks about Cristiano Ronaldo's return to the #MUFC starting XI and says his players have to 'act' today against Brentford after the opening weekend defeat… pic.twitter.com/NXTiMgGl7O
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A decisão tomada passava pela aposta no português para um ataque refém de referências no primeiro jogo da Premier League. No entanto, esse acabaria por ser o menor de tantos problemas. E, na primeira parte diante do Brentford, o novo plano do United ligou sobretudo o botão de autodestruição com demasiados erros infantis que redundaram numa goleada logo ao intervalo. E não, o pior do filme não é o resultado nem a falta de qualidade mas sim a perda do (pouco) respeito a que um clube desta dimensão obriga entre problemas que vão muito além de Ronaldo Erik ten Hag ou a falta de mais reforços.
O equipamento alternativo em tons de verde fluorescente foi a primeira coisa a destacar-se no jogo que marcava o regresso de Eriksen ao reduto onde jogara nos últimos seis meses mas a defesa do Manchester United não demorou a chamar para si todas as atenções de forma negativa como começa a ser hábito, com dois golos sofridos que nem nas camadas jovens se conseguem ver: primeiro foi Josh Dasilva a tentar um remate de fora da área numa jogada que começou com Ronaldo a pedir falta, a ver a tentativa sair fraca mas a festejar perante um “frango” de David de Gea a deixar passar a bola (10′), depois foi Mathias Jensen a aproveitar um erro de Eriksen numa saída após pontapé de baliza para fazer o 2-0 (19′).
“Encaixa De Gea” ????
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United modo Auto-destruição ????
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Ronaldo, na zona do meio-campo, fazia gestos com os braços para a equipa levantar-se no plano anímico porque o jogo ia apenas na primeira parte e, já depois de um remate muito por cima de Bruno Fernandes nos minutos iniciais, foi o avançado a tentar visar a baliza do Brentford. No entanto, o pesadelo dos reds na metade inicial ainda ia literalmente a meio, ganhando traços de vergonha nos minutos seguintes.
Ben Mee (2) had more touches in the opposition box than Cristiano Ronaldo (1) in the first half. ????
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Imagine being the greatest footballer of all time having to endure playing with this gutless bunch of weak woeful wastrels? Must be torture for @Cristiano – hope he escapes soon. pic.twitter.com/8QbvEdmAEF
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Na sequência de um pontapé de canto na direita com desvio ao segundo poste para o lado contrário, Toney conseguiu fazer a assistência para Ben Mee aumentar a vantagem dos visitados perante a passividade sem palavras dos jogadores do Manchester United num lance que era fácil de adivinhar e antecipar (30′). E, menos de cinco minutos depois, ainda haveria um golo de contra-ataque, com Bryan Mbeumo a receber a bola em posição de remate em três toques e a rematar sem hipóteses para o guardião espanhol (35′). Erik ten Hag não queria acreditar no que via, os adeptos abanavam a cabeça, os mais prevenidos (e descrentes) começaram a desenrolar as tarjas a pedir a saída da família Glazer da administração do clube. Tudo com a bola a rolar em campo e sem o mínimo de reação por parte dos jogadores visitantes.
United a defender ???? Já lá vão 3
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Q U A T R O 4️⃣ O United está a levar 4 ao intervalo ????
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Ao intervalo, Ten Hag tentou mudar algo com três substituições de uma assentada, tirando Luke Shaw, Lisandro Martínez e Fred para as entradas de Malacia, Varane e McTominay – o que, no plano teórica, era apenas fazer troca por troca para as mesmas posições. E o primeiro sinal de perigo até foi do Brentford, desta vez com David de Gea a conseguir fazer uma defesa apertada. Ronaldo, num cabeceamento ao lado após cruzamento na direita de Diogo Dalot, ainda tentou dar o mote para aquilo que todos já pensavam ser impossível, repetindo a dose no minuto seguinte mas agora a desviar por cima da trave (52′), mas já pouco ou nada havia fazer apesar de nova alteração com a entrada de Elanga para o lugar de Sancho (60′). A história da partida estava contada e deixava pouco ou nada para recordar ao Manchester United…