Fernando Medina, ministro das Finanças, lamentou, numa declaração enviada às redações por escrito, a decisão de Sérgio Figueiredo de não avançar com o contrato de consultoria com o Ministério.
“Lamento não poder contar com o valioso contributo de Sérgio Figueiredo ao serviço do interesse público”, declarou nessa mensagem de quatro parágrafos.
Medina não tinha comentado — senão através de informações do gabinete de imprensa do Ministério das Finanças — o caso de Sérgio Figueiredo. Mas agora, depois do ex-diretor de informação da TVI ter anunciado que não ia avançar no contrato de consultoria, diz lamentar “profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo, mas compreendo muito bem as razões que a motivaram”. E elogia o ex-jornalista:
“Sérgio Figueiredo reúne excelentes condições para desempenhar tais funções. A sua formação em Economia; a experiência de quase três décadas como jornalista e diretor de diversos órgãos de comunicação social, incluindo dois jornais económicos – tendo-se afirmado nessa qualidade como um dos mais destacados analistas nacionais de política económica; e a liderança de cerca de sete anos e meio de uma fundação nacional conferem-lhe experiência e qualificações que o distinguem”.
Fernando Medina diz ainda que o seu contrato de consultoria visava melhorar a “qualidade da decisão, através do contacto regular e informado com os principais agentes económicos e sociais do país”, que “é uma necessidade específica do Ministério das Finanças, que acrescenta às avaliações já desenvolvidas por outros organismos públicos”.
Sérgio Figueiredo anunciou, através de um artigo de opinião no Jornal de Negócios (de 3 páginas), a decisão de renunciar ao contrato de consultoria com o Ministério das Finanças. “Para mim chega! Sou a partir deste momento o ex-futuro consultor do ministro das Finanças”, anunciou.
A polémica estalou quando o Ministério das Finanças anunciou um contrato de consultoria com o ex-diretor de informação da TVI para o “desenho, implementação e acompanhamento de políticas públicas, incluindo a auscultação de partes interessadas na economia portuguesa e a avaliação e monitorização dessas mesmas políticas”. A missão que também o organismo público PlanAPP desempenha.