O moderador do evento no Chautauqua Institution, em Nova Iorque, onde Salman Rushdie foi atacado na passada sexta-feira, admitiu que gostava de concretizar a conversa com o escritor. “Seria ideal ver isso acontecer e não ser impedido de alguma forma de o fazer”, afirmou.

Numa breve entrevista à BBC, Henry Reese, um dos fundadores da City of Asylum, em Pittsburgh, que oferece ajuda e abrigo a escritores e artistas perseguidos, como é o caso de Rushdie, mostrou-se chocado com o que aconteceu, dizendo que é difícil de descrever.

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“A nossa missão é proteger escritores. E ver a vida de Salman Rushdie ser ameaçada desta forma… É difícil de descrever o que é ver isso a acontecer à nossa frente. Havia escritores do nosso programa na audiência a assistir”, afirmou.

Questionado sobre como se sente, Reese disse que estava “bastante bem” e que a principal preocupação era Rushdie “ele próprio, mas também aquilo que ele representa para o mundo, e ele é importante para o mundo”, destacou.

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Em declarações ao The New York Times após o evento em Chautauqua, Reese, que ficou ferido na cara durante o ataque, descreveu o autor dos Versículos Satânicos como “um dos grandes defensores da liberdade de expressão e da liberdade de expressão criativa”. “O facto de este ataque poder ocorrer nos Estados Unidos é indicativo das ameaças que os escritores recebem de muitos governos e de muitos indivíduos e organizações”, declarou.

Salman Rushdie, de 75 anos, foi atacado na sexta-feira por um jovem americano de origem libanesa enquanto participava num evento no Chautauqua Institution, em Nova Iorque. O atacante subiu ao palco onde o autor se encontrava e esfaqueou-o na zona do abdómen e pescoço, deixando-o em estado grave.