(Em atualização)
Morreu esta sexta-feira, aos 73 anos, o ator Orlando Costa, que interpretou a icónica personagem Zé Gato, da série com o mesmo nome. A notícia da morte foi confirmada por fonte familiar à SIC Notícias.
Orlando Costa nasceu em 24 de dezembro de 1948. Estudou teatro na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, onde se diplomou em 1971. Começou a carreira no Teatro Experimental de Cascais, em 1969, estreando-se com a peça “Um Chapéu de Palha de Itália”. Em 1973, e depois de passar por várias companhias, cofundou o Teatro da Cornucópia, com Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo.
A estreia no cinema acontece em 1975 e, depois, na televisão. Ficou para sempre conotado com a personagem Zé Gato, da série homónima transmitida na RTP2 entre dezembro de 1979 e agosto de 1980. A série de culto, guardada na memória de muitos, foi uma das primeiras grandes ficções portuguesas do canal, nos seus primeiros anos de vida.
Passada no pós revolução de abril, contava a história de um agente de polícia conhecido pelos métodos pouco ortodoxos que usava para apanhar os criminosos. Em cada episódio, Zé Gato tinha de resolver um crime diferente.
Lembra-se da série “Zé Gato”? Já a pode ver toda no arquivo online da RTP
Criada por Rogério Ceitil e escrita por Dinis Machado, João Miguel Paulino e Pedro Franco, Zé Gato chegou ao leque do arquivo online da RTP, em 2019, onde pode ser visualizada.
Além de Zé Gato, na televisão participou ainda na série de comédia Malucos do Riso e na novela Olhos de Água, entre tantas outros produções. No cinema, fez parte do elenco do filme Coisa Ruim, de Tiago Guedes e Frederico Serra, ou Sapatos Pretos, de João Canijo.
Trabalhou com Maria do Céu Guerra, Fernanda Lapa ou Rui Mendes e colaborou em discos de Júlio Pereira, Fausto e Sérgio Godinho.
As exéquias do ator realizam-se no fim de semana, em Lisboa, disse à Lusa fonte da Casa do Artista. O velório realiza-se no sábado, a partir das 17h30, na Igreja de S. João de Deus, em Lisboa, de onde sai o funeral no domingo às 16h45 para o Cemitério do Alto de S. João, também em Lisboa, onde se realiza a cerimónia de cremação.
Presidente da República lamenta morte e destaca percurso do ator
Marcelo Rebelo de Sousa enviou “sentidas condolências” à família do ator Orlando Costa e destacou a sua prestação como protagonista da série televisiva “Zé Gato”. Numa nota publicada no site da Presidência, o chefe de Estado destaca o percurso do ator, que “trabalhou com o TEC [Teatro Experimental de Cascais], participou ativamente nos primeiros anos da Cornucópia, fez algum cinema (com Eduardo Geada, Jorge Silva Melo, Luís Filipe Rocha, Teresa Villaverde, João Canijo, Margarida Gil ou Tiago Guedes, entre outros) e muita televisão (novelas, séries e telefilmes)”.
Considerando que “certos atores, por mais longa e diversificada que tenha sido a sua carreira, ficam para sempre ligados na nossa memória a uma ou outra personagem que interpretaram”, Marcelo Rebelo de Sousa assinala que “não é difícil dizer qual a personagem que todos associamos a Orlando Costa: Zé Gato”.
Para o chefe de Estado, esta série televisiva foi, “a vários títulos, marcante”.
Assinalou o lançamento do segundo canal da RTP, teve como coargumentista o escritor Dinis Machado, aventurou-se no registo policial, e trouxe à televisão portuguesa um realismo cinematográfico «sujo» e verosímil ainda hoje raro”, salienta.
Ministro da Cultura “lamenta profundamente” morte de ator
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lamentou a morte do ator Orlando Costa, “por quem nutria uma estima pessoal”.
Na conta do Ministério da Cultura na rede social Twitter, pode ler-se que, “no panorama artístico nacional”, Orlando Costa destacou-se “por [uma] longa e prolífica carreira”.
O ministro da Cultura lamenta profundamente a perda do ator Orlando Costa, por quem nutria uma estima pessoal. No panorama artístico nacional, em que se destacou por longa e prolífica carreira, o seu nome permanecerá uma referência. https://t.co/IVxfaJ9Bqa
— Cultura PT (@cultura_pt) August 19, 2022
O seu nome permanecerá uma referência”, acrescentou.
Artigo corrigido com informação da idade do autor
Notícia atualizada às 22h50 de 19 de agosto de 2022