Tinha acabado de ganhar outra medalha de prata, os sinais que sobravam ainda na água eram sobretudo de frustração de quem pretendia mais. Fernando Pimenta começou este sábado com mais um segundo lugar na final de K1 1.000, perdendo com o húngaro campeão olímpico e mundial Balint Kopasz e “pagando” pelo número de provas que estará a fazer nestes Europeus (quatro). Ir ao limite não chegou para atingir a sua primeira medalha de ouro na competição, algo que não conseguiu também atingir nos Mundiais.

Segunda final, segunda medalha: Fernando Pimenta sagra-se vice-campeão europeu de K1 1.000

“Quando vemos nos filmes aquelas partes do avião a despenhar-se e ouve-se as luzes e sons a apitar… Foi o que senti nos últimos metros. O coração a bater nos tímpanos dos ouvidos e a começar a saltar até ficar com visão turva. Fui mesmo ao limite. Tinha de tentar fazer uma prova diferente do Mundial. Queríamos arriscar. O meu treinador deu ordem para atacar e foi o que fiz. Vim até à exaustão, vim ao máximo. Ele estava mais fresco, por ter feito menos competições, mas isso não lhe tira o mérito. É um excelente rival. Só tenho de estar satisfeito. Não estou contente, pois quero sempre mais e melhor. A vitória passa sempre pela minha mente, mas, como é óbvio, os outros também trabalham para vencer e conseguir excelentes resultados”, comentou o canoísta de Ponte de Lima após a primeira final do dia.

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A primeira destes Europeus, a 119.ª no plano internacional: Fernando Pimenta conquista bronze em K1 500

Seguia-se a final do K1 5.000, outra das provas pelas quais tem particular gosto e que ficou quase como uma “espinha” atravessada nos últimos Mundiais, ficando sem leme na primeira passagem pela portagem (um modelo que já antes tinha admitido não ser do seu agrado) quando estava na frente e acabando por desistir. E seguia-se, sobretudo, a grande oportunidade de chegar ao ouro nestes Europeus, tendo em conta o menor favoritismo na corrida decisiva de K2 1.000 que fará com João Duarte este domingo.

Um problema técnico no leme impediu mais história: Fernando Pimenta desiste na final de K1 5.000 (quando estava na liderança)

Pimenta levava já oito medalhas em K1 5.000 em Europeus (e mais quatro em Mundiais, não sendo esta uma distância olímpica), sendo campeão em Moscovo no ano de 2016, ficando com a prata em 2013, 2015, 2017 e 2018 e o bronze em 2014 e na última edição de 2021. Agora, recuperou esse título, batendo sem margem de dúvidas a concorrência com o tempo de 20.14,447, à frente do espanhol Walter Bouzan (20.17,659) e do polaco Rafal Rosolski (20.44,717). O húngaro Balint Noé não passou da quinta posição (20.48,198), ao passo que o checo Josef Dostál partiu a pagaia logo no início e desistiu. Portugal chegou assim à sua oitava medalha nestes Europeus Multidesportos de Munique, quinta na canoagem.

Também este domingo, Kevin Santos conseguiu sagrar-se campeão europeu de K1 200, num episódio que marcou o dia por ter passado do quinto para o primeiro lugar depois da revisão no photo finish a pedido da Federação. Já João Ribeiro e Messias Baptista terminaram a final de K2 500 no quinto lugar com o tempo de 1.32,490, com a vitória a sorrir aos húngaros Balint Kopasz e Bence Nadas com 1.31,141, seguidos pelos alemães Felix Frank e Moritz Florstedt (1.31,434) e pelos lituanos Mindaugas Maldonis e Andrej Olijnik (1.32,210). A embarcação da Letónia ficou na quarta posição (1.32,349).

Acabou em quinto, pediu revisão e subiu onde não imaginava: Kevin Santos campeão europeu de K1 200

Antes, Teresa Portela acabou a final de K1 200 na quinta posição com o tempo de 41,136. A vitória foi para a dinamarquesa Emma Denjörgensen (39,848), seguida da eslovena Anja Osteman (40,061) e da polaca Marta Walczykiewicz (40,134). Este domingo, a atleta do Benfica acabou em sexto a final do K1 500 com 1.56,686. A polaca Anna Pulawska ganhou com 1.53,881, seguida pela húngara Eszter Rendessy (1.54,981) e pela dinamarquesa Emma Jörgensen (1.55,206). Já a equipa de K4 500 constituída por João Ribeiro, Messias Baptista, Emanuel Silva e David Varela acabou a final A no nono lugar, numa prova que teve as equipas da Alemanha, da Eslováquia e da França nas posições de pódio.

Também este sábado, Inês Penetra e Beatriz Lamas terminaram a final A de C2 500 no sétimo posto, com Ucrânia, Hungria e Polónia a ficarem com as medalhas. Hélder Silva também acabou a final de C1 200 na sétima posição com o tempo de 40,771, com a vitória a pertencer ao lituano Henrikas Zustautas (39,832) seguido do espanhol Pablo Graña (39.894) e do polaco Oleksii Koliadych (40,166).