A reserva financeira de Macau perdeu valor pelo sexto mês consecutivo, registando uma queda de 8,67 mil milhões de patacas (1,08 mil milhões de euros) em junho, indicam dados divulgados esta quarta-feira pelas autoridades.

A reversa financeira da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) cifrou-se em 597,3 mil milhões de patacas (74,6 mil milhões de euros) no final de junho, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau.

É a primeira vez que a reserva financeira da região administrativa especial chinesa cai para menos de 600 mil milhões de patacas desde junho de 2020, altura em que a China continental tinha imposto uma quarentena obrigatória a pessoas vindas de Macau, afetando a principal indústria da cidade, o jogo.

O valor da reserva básica, equivalente a 150% do orçamento público de Macau para 2022, era de 155,8 mil milhões de patacas (19,4 mil milhões de euros) e a reserva extraordinária 458,9 mil milhões de patacas (57,2 mil milhões de euros).

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A reserva financeira é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 262,7 mil milhões de patacas (32,7 mil milhões de euros), títulos de crédito no montante de 152,3 mil milhões de patacas (19,12 mil milhões de euros) e até 175 mil milhões de patacas (20,4 mil milhões de euros) em investimentos subcontratados.

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia da Covid-19, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar do Governo ter injetado mais de 90 mil milhões de patacas (mais de 11 mil milhões de euros) no orçamento para suportar despesas extraordinárias que resultaram de um plano de ajuda e benefícios fiscais para a população e para pequenas e médias empresas.

As autoridades da região concederam já este ano mais de 700 milhões de euros à população, ao abrigo do plano de comparticipação pecuniária.

Em junho, o Governo anunciou mais sete medidas de apoio a empresas e a residentes de Macau, no valor total de dez mil milhões de patacas (1,2 milhões de euros), sustentadas pela reserva financeira, que vão desde benefícios fiscais a uma moratória por um ano do pagamento de empréstimos bonificados.

A 9 de agosto, o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, avisou que a reserva financeira “não é abundante” e “é preciso ter cautela” na utilização para financiar apoios face à crise económica causada pela pandemia.