O ministro da Educação afirmou esta sexta-feira que o número de alunos candidatos aos mestrados em ensino de diferentes áreas para o próximo ano letivo aumentou significativamente e instou as instituições de ensino superior a disponibilizarem mais vagas.

Temos notícia de que aumentou muito, este ano, o número de candidatos aos mestrados em ensino, o que é um sinal muito positivo”, disse João Costa em declarações à agência Lusa.

Segundo o ministro, os dados recolhidos junto de reitores e diretores de algumas instituições apontam que o número de candidatos, em certos casos, triplicou e deu como exemplo o mestrado em Ensino de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

João Costa. O homem do terreno chegou a ministro da Educação (com votos de “boa caça”)

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Considerando que esse é um sinal positivo da vontade dos jovens em serem professores, João Costa sublinhou também a necessidade de as instituições de ensino superior reforçarem o número de vagas disponibilizadas para esses cursos.

As universidades e os institutos politécnicos são os únicos que podem formar professores, portanto, é preciso que o ensino superior abra vagas em conformidade com esta necessidade do país e esta vontade crescente dos jovens em serem professores“, afirmou.

Num quadro em que faltam docentes nas escolas, uma realidade mais premente em algumas zonas do país, mas com tendência a agravar a nível nacional nos próximos anos, o ministro reconheceu também a necessidade de tornar a carreira docente mais atrativa, também para esses jovens.

Para que possam olhar para esta carreira não como uma carreira de casa às costas, mas como uma carreira em que conseguem estar vinculados a um quadro de escola, de forma permanente e poder organizar a sua vida em função disso”, explicou.

A partir de setembro, o Ministério da Educação vai voltar a reunir-se com os sindicatos do setor para negociar a revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores, com alterações que pretende que contribuam precisamente para essa valorização.

Dessa revisão, o ministro espera um modelo que assegure aos professores maior estabilidade e a vinculação mais rápida de professores contratados.

Fenprof e FNE querem extinção de habilitações próprias para a docência e que alargamento seja excecional

Nas reuniões desta sexta-feira, esteve em discussão alteração do regime de habilitação própria para a docência que, no próximo ano letivo, será alargado também às licenciaturas pós-Bolonha, e o despacho que define os requisitos mínimos, em termos de créditos ECTS obtidos ao longo do percurso académico em determinadas áreas científicas, para poder lecionar cada disciplina.

Entre as principais novidades, João Costa destacou a criação de um programa de acompanhamento, com enfoque na componente pedagógica, para os professores com habilitação própria e o alargamento aos licenciados em Psicologia e Antropologia para lecionarem essas disciplinas no ensino secundário.

Comparativamente à proposta inicial, e em linha com preocupações manifestadas pelos sindicatos, o ministro decidiu retirar as habilitações próprias para o pré-escolar e o 1.º ciclo.