A Lituânia anunciou esta segunda-feira que concluiu a construção de uma barreira de 550 quilómetros ao longo da fronteira com a Bielorrússia, que tem como objetivo combater a migração ilegal.

“Em todas as secções, o trabalho está 100% concluído”, disse a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, aos jornalistas.

A barreira, que foi construída em arame farpado e com quatro metros de altura, estende-se por aproximadamente 550 quilómetros da fronteira entre os dois países, que tem um total 700 quilómetros.

No resto da fronteira, onde existem pântanos, lagos e rios, é “tecnicamente impossível” construir uma barreira física, acrescentou a primeira-ministra.

Na Lituânia, a migração ilegal disparou este ano, com cerca de 4.200 migrantes – principalmente do Médio Oriente e África — a conseguir cruzar a fronteira da Bielorrússia.

A Lituânia tem uma política que nega a entrada de migrantes, sendo acusada de aplicar expulsões ilegais.

Apesar dessas acusações, Simonyte disse que o seu país continuará com a medida controversa e explorará possibilidades legais que permitam mantê-la mesmo sem impor um estado de emergência.

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No entanto, a primeira-ministra lituana admitiu que tal situação será um desafio no contexto do direito internacional.

Nós teremos muito trabalho a fazer nesta área“, reconheceu Simonyte.

O número de migrantes irregulares que tentam atravessar para a Lituânia voltou a aumentar recentemente.

No sábado, os guardas de fronteira recusaram a entrada a 125 migrantes, o número mais elevado desde o início do ano.

Os guardas de fronteira lituanos acusam os seus colegas bielorrussos de ajudar os migrantes a entrarem na Lituânia.

Os bielorrussos estão “a participar ativamente na deterioração da cerca recém-construída“, disse Rustamas Liubajevas, chefe dos guardas de fronteira lituanos.

“Desde o início de julho, 95 casos de danos foram registados”, referiu Liubajevas.

A UE tem acusado o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de atrair cidadãos de países do Médio Oriente e de África para Minsk e depois facilitar-lhes a passagem para o espaço comunitário como retaliação pelas sanções económicas impostas por Bruxelas contra o seu regime.