Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que as medidas de resposta à inflação adotadas pelo Governo para fazer frente à crise sabem “a pouco” e que podiam ser mais “ambiciosas”, mas considerou que fazem parte de uma “solução equilibrada”.

“Se me perguntam se gostaria que fosse mais ambicioso, gostaria, mas daqui a uns meses isso vai ser escrutinado intensamente. Sabe a pouco, mas fazer tudo o que os portugueses precisariam teria custos muito elevados em termos de equilíbrio financeiro português se esta guerra se prolongar”, disse aos jornalistas, à porta do Palácio de Belém, na segunda-feira, 5 de setembro, pouco depois das medidas de apoio à família serem anunciadas por António Costa.

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Para Marcelo Rebelo de Sousa, “apetece” ser mais “ambicioso” — mas é possível que decisões mais radicais tenham um preço a pagar. “Mas depois, a experiência que tenho diz-me que, daqui a uns meses, isso vai ser escrutinado atentamente, mas ao contrário: ‘Como é que fizeram isso?’”.

É neste contexto que, antes, o Presidente da República faz uma alusão ao governo socialista de José Sócrates: muitos países europeus disseram que “era preciso gastar”, mas depois perguntaram: “Mas como é que foram gastar tanto?”

O chefe de Estado destacou que este é o primeiro pacote de apoios para as famílias — haverá outro de apoio às empresas e ainda o Orçamento do Estado de 2023 em que, considera, “dificilmente não haverá” medidas para a função pública.

“PSD ajudou imenso, nem imagina o que ajudou”

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o papel do PSD, que na sexta-feira, 2 de setembro, apresentou um conjunto de sete grandes medidas para fazer frente à crise económica — abrindo desta forma “caminho” para as soluções que foram apresentadas esta segunda-feira pelo governo, demonstrando “sentido de Estado”.

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“Eu acho que o PSD ajudou imenso, nem imagina como ajudou”, disse. Falou antes, admitiu uma injeção de dinheiro diretamente nas famílias e o aumento da despesa, é uma viragem significativa para o PSD.”

Para o Presidente da República, isto simboliza “uma viragem significativa da parte do PSD.” Uma viragem positiva: “Essa viragem é boa para o PS, que seria se o PSD dissesse ‘lá estão eles a gastar dinheiro’”, considerou. O presidente destacou o “sentido de Estado” dos sociais democratas, considerando que este reflete “um consenso implícito” entre os dois partidos.