Melhor, melhor e melhor. A Liga de andebol tem vindo a cavar um fosso maior entre “grandes” e restantes conjuntos, com a última época a dividir títulos por todos entre Campeonato e Supertaça para o FC Porto, Taça de Portugal para o Sporting e uma histórica Liga Europeia para o Benfica. Ainda assim, todos querem mais e foi nesse sentido também que os plantéis foram construídos para a nova temporada sendo que, num plano meramente teórico (depois acaba por estar tudo relacionado com a capacidade de adaptação a todo o coletivo), todos chegavam a 2022/23 mais fortes do que na época anterior. E o primeiro teste chegava este fim de semana em Serpa, com a discussão da Supertaça a começar com um clássico nas meias.

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“Falamos de duas das três equipas mais fortes do Campeonato. Temos ganho títulos mas somos uma equipa que quer sempre mais do que aquilo que tem feito e sentimos que vamos enfrentar um adversário difícil, com qualidade. Pelo que somos e pelo que queremos, vamos com vontade de querer ainda mais. FC Porto recordista de troféus? São apenas números. A nossa motivação condiz com a exigência máxima. O facto de jogarmos no FC Porto faz com que a exigência seja diária e com que joguemos sempre ao mais alto nível. Gostamos de ganhar, queremos aumentar ainda mais o palmarés o nosso palmarés”, tinha referido Rui Silva, central internacional e capitão de equipa dos azuis e brancos, na antevisão do jogo.

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“A equipa está bem, com expectativas altas e com muita vontade de começar com esta Supertaça. Vai ser complicado porque jogamos com o FC Porto, que é o atual campeão e detentor da prova. Sabemos que é um adversário muito forte, que se reforçou muito bem, mas também nos reforçámos bem, apesar de termos perdido jogadores importantes. A Supertaça chega numa fase muito prematura. Todos estamos ainda a preparar as equipas, a adaptar os jogadores novos. É um troféu mas não penso no impacto que terá depois na temporada”, salientara também Chema Rodríguez, treinador dos encarnados.

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Nos últimos oito encontros entre ambos, o Benfica conseguira apenas um triunfo mas essa vitória acabou por ser uma espécie de marco em termos nacionais, tendo em conta a longa série sem derrotas na Liga que o FC Porto levava até esse desaire no Pavilhão da Luz. E essa premissa acabou por confirmar-se num jogo de emoções fortes, com os encarnados a ganharem após dois prolongamentos por 37-36.

Num jogo que começou equilibrado, que teve o Benfica na frente com vantagens de quatro golos ainda na primeira parte e que contou com uma reação forte do FC Porto depois do intervalo, os azuis e brancos tiveram na mão o triunfo no último minuto do tempo regulamentar mas os encarnados conseguiram levar a decisão para o prolongamento com Rui Silva excluído nesse momento (29-29). Depois, no primeiro tempo extra, foi Belone Moreira a ter a possibilidade de fechar as contas com um remate que bateu ainda na trave (33-33). Após 80 minutos, a decisão chegou, com a vitória a cair para o Benfica, que contou com 12 golos de Ole Rahmel e oito de Djordic além de uma grande exibição de Sergey Hernández, determinante nos momentos decisivos. Christensen e Salina foram os melhores portistas com cinco golos.

Na outra meia-final, bem mais desequilibrada como era esperado no plano teórico, o Sporting conseguiu vencer o Belenenses mas teve de aplicar-se para chegar ao triunfo depois do empate a 16 que se registava ao intervalo, antes do disparo no marcador durante o segundo tempo até ao 38-24 final. Francisco Costa (sete golos) e Folqués e Cissokho (seis) foram os melhores marcadores do conjunto verde e branco, ao passo que nos azuis do Restelo destacou-se sobretudo Edvaldo Ferreira com nove golos.