O rosto de Isabel II olha para a direita em todos os cinco retratos que foram usados para cunhar as moedas em circulação no Reino Unido. À medida que os 29 mil milhões de moedas em circulação forem substituídas pelo rosto de Carlos III, o retrato deverá mostrar o rosto virado para o lado contrário – essa é a regra, mas nem sempre foi seguida.
Desde o reinado de Carlos II, no século XVII, o novo monarca tipicamente aparece a olhar para o lado contrário em relação ao seu antecessor, como se explica no site da família real britânica. Essa é a “tradição”, segundo a explicação oficial que é dada no site.
“A exceção a esta tradição foi o breve reinado de Eduardo VIII”, explica a família real. “Ele gostava mais de ver os seus retratos virado para a esquerda”, por isso quis que assim fosse nas moedas apesar de, se tivesse sido seguida a tradição, ele deveria ter ficado a olhar para a direita” (porque o seu antecessor aparecia virado para a esquerda). Porém, as imagens propostas para as moedas no seu reinado mostram-no virado para a esquerda, o seu lado favorito.
A “tradição foi reposta no reinado de Jorge VI, com o seu retrato virado para a esquerda, como se o de Eduardo VIII tivesse ficado virado para direita”, acrescenta a explicação.
Nigel Fletcher, um especialista nestes temas citado pelo The New York Times, professor da King’s College London, explica que a tradição terá surgido porque tem uma “função prática que é marcar melhor a diferença em relação ao reinado anterior”.
E o que acontece às notas? Ora, aí não existe uma tradição, porque Isabel II foi a primeira monarca a aparecer nas notas em circulação no Reino Unido, nos anos 60, pelo que não é certo o que irá acontecer na reformulação das notas de libra, segundo o The New York Times.