História é história e fez esta semana duas décadas de um momento histórico no US Open e no próprio ténis mundial, quando Pete Sampras bateu o seu compatriota Andre Agassi em quatro sets, ganhou pela quinta vez o Major norte-americano e chegou aos 14 Grand Slams. Embora não tenha terminado aí oficialmente a carreira (algo que chegaria uns meses depois), esse foi o último encontro a sério daquele que foi um dos melhores jogadores de sempre e que, pensava-se, teria sempre um lugar reservado no topo por ser a figura com mais Grand Slams, mais dois do que Roy Emerson e mais três do que o ídolo Rod Laver e Bjorn Borg. Um ano depois, Roger Federer ganhou o primeiro Major, em Wimbledon. E tudo mudou.
Sept. 8, 2002: Pete Sampras puts a final exclamation point on his storied and historic tennis career, beating arch rival Andre Agassi 63 64 57 64 to win his fifth #USOpen title and his 14th career major title in what ultimately becomes the final match of his career. pic.twitter.com/AyipPSOlni
— This Day In Tennis (@ThisDayInTennis) September 9, 2022
Esse triunfo do suíço com o australiano Mark Philippoussis foi como que o abrir de uma Caixa de Pandora que mudaria o ténis e o desporto mundial nas duas décadas até aqui. Rafa Nadal, em 2005, bateu na final de Roland Garros o argentino Mariano Puerta e ganhou também o seu primeiro Grand Slam. Novak Djokovic, em 2008, bateu o francês Jo-Wilfried Tsonga na final do Open da Austrália e conseguiu o seu primeiro Major. Aquilo que todos estariam muito longe de pensar era que, 20 anos depois, aqueles que se tornaram os Três Mosqueteiros somavam um total de 63 Grand Slams, todos com mais do que Sampras e com uma divisão de terrenos e recordes entre Djokovic (nove vitórias em Melbourne), Nadal (14 triunfos em Paris) e Federer (oito conquistas em Londres). Agora, começa a abrir-se uma nova era.
If Ruud wins #USOpen, he will be the first Norwegian #1.
If Alcaraz wins #USOpen, he will be the second new King Carlos this week.
— Ben Rothenberg (@BenRothenberg) September 10, 2022
Depois de cinco jogadores partirem para esta edição de 2022 (marcada de novo pela ausência de Djokovic por não estar vacinado) com a possibilidade de chegarem à liderança do ranking ATP, a final do US Open coloca tudo em jogo entre Casper Ruud e Carlos Alcaraz, do primeiro Grand Slam ao número mundial. E cada um a fazer já um pouco de história no caminho até esse encontro decisivo neste domingo.
Another masterpiece by Alcaraz (and his opponent, Big Foe) !
Alcaraz – Ruud will be the final : the winner takes it all !! pic.twitter.com/qWKjMXKd9l
— Tennis Majors (@Tennis_Majors) September 10, 2022
Na primeira meia-final realizada esta noite/madrugada em Nova Iorque, Casper Ruud venceu o russo Karen Khachanov em quatro sets (7-6, 6-2, 5-7 e 6-2) e qualificou-se para a sua segunda final de Grand Slam da temporada depois de ter chegado à decisão em Roland Garros onde perdeu frente a Rafa Nadal. E para se ter noção do feito, basta recordar que o norueguês de 23 anos nunca tinha chegado a uma segunda semana de Major até 2022. O Bola Amarela destaca ainda mais um ponto no percurso de Rudd: passou a ser o primeiro tenista nascido nos anos 90 a chegar a duas finais de Grand Slam no mesmo ano mas em superfícies diferentes, algo que os já vencedores Medvedev ou Dominic Thiem não alcançaram.
Casper is the first male player born in 1990s — even since after 1987, i.e. currently under age 35 — to reach Grand Slam finals on two different surfaces in the same season.
— Oleg S. (@AnnaK_4ever) September 9, 2022
A seguir, e numa maratona que parecia mais ou menos “prometida” perante o percurso até esta fase do US Open, Carlos Alcaraz e Frances Tiafoe voltaram a jogar mais de quatro horas para uma vitória do espanhol em cinco sets por 6-7, 6-3, 6-1, 6-7 e 6-3 (ainda assim mais curta dentro do comprido do que tinha feito nos quartos com o italiano Jannik Sinner). Depois de ter chegado no ano passado aos quartos da competição, Alcaraz, de 19 anos, alcançou assim a primeira final de um Grand Slam, sendo também o mais novo a chegar a esse feito desde que Rafa Nadal bateu Mariano Puerta na final de Roland Garros em 2005. E com outra curiosidade que nos remete para o início deste texto: o espanhol é o segundo finalista mais novo de sempre no US Open em Era Open (a partir de 1968), apenas atrás de… Pete Sampras.
Alcaraz is the youngest men's Grand Slam semifinalist since Rafael Nadal at the 2005 French Open.
Youngest men's US Open semifinalist since Pete Sampras in 1990.
Nadal and Sampras both won those tournaments.
— The Tennis Podcast (@TennisPodcast) September 9, 2022
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— Carlos Alcaraz (@carlosalcaraz) September 10, 2022