Um grupo de 23 organizações islâmicas de Moçambique publicaram esta quinta-feira um manifesto no Notícias, principal diário do país, em que repudiam os recentes ataques armados em Nampula, em que uma missionária católica italiana foi assassinada.

As comunidades muçulmanas de Moçambique repudiam de forma veemente estes atos e instam o governo a tomar medidas adicionais e urgentes com vista a estancar este mal em definitivo“, lê-se na manifestação de repúdio.

Em causa, está o ataque de 06 de setembro feito por um grupo armado desconhecido a Chipene, norte do país.

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Suspeita-se que os agressores sejam oriundos de Cabo Delgado e tenham atravessado o rio Lúrio, em fuga da ofensiva armada naquela província.

A insurgência que grassa há cinco anos na região e que levou à suspensão de projetos de gás, o maior investimento privado em África, tem estado ligada em diversos momentos a ações de extremismo islâmico.

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Mas as organizações que subscrevem o manifesto desta quinta-feira distanciam a violência de quaisquer crenças, como a maioria islâmica de Cabo Delgado tem frisado desde o início do conflito.

Quaisquer atos de violência são incompatíveis com os princípios de convivência humana e violam os ideais que sempre nortearam a diversidade cultural e religiosa das várias comunidades” moçambicanas, destacam.

O secretário de Estado de Nampula, Mety Gondola, disse na quinta-feira que as autoridades reforçaram a segurança face a novos ataques no extremo norte daquela província moçambicana, assegurando que as instituições estão a funcionar nos pontos afetados.