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O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU enviará “em breve” uma equipa de investigadores a Izium, na Ucrânia, recentemente libertada para verificar as alegações de Kiev sobre execuções e de uma vala comum.
Os nossos colegas na Ucrânia, da Missão de Monitorização de Direitos Humanos na Ucrânia, estão a verificar essas alegações e pretendem organizar uma deslocação a Izium para determinar as circunstâncias da morte dessas pessoas”, disse Elizabet Throssell, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, numa conferência de imprensa, em Genebra.
O assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, disse esta sexta-feira que foram descobertas “450 sepulturas” perto de Izium, cidade da região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, reconquistada às forças russas.
“Este é apenas um dos locais de enterros descobertos perto de Izium”, escreveu Podoliak, numa mensagem publicada hoje na rede social Twitter.
450 graves… Only one of the mass graves discovered near Izyum. For months a rampant terror, violence, torture and mass murders were in the occupied territories. Anyone else wants to "freeze the war" instead of sending tanks? We have no right to leave people alone with the Evil. pic.twitter.com/YxGyOZfm1Y
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) September 16, 2022
“Durante meses, reinaram o terror, a violência, a tortura e os assassinatos em massa nos territórios ocupados”, acrescentou, apelando de novo aos apoiantes da Ucrânia para enviarem para o país armas, a fim de não deixar “as pessoas sozinhas com o ‘Mal'”.
Desde o início deste mês, a Ucrânia tem recuperado o controlo de vários milhares de quilómetros quadrados de território que tinham sido ocupados pelas forças russas graças a uma contraofensiva lançada em várias frentes.
As maiores conquistas foram obtidas na região de Kharkiv, na fronteira com a Rússia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou na quarta-feira Izium, uma cidade que contabilizava, antes da guerra, cerca de 50.000 habitantes, mas que foi palco de combates e muitas baixas na primavera passada, tendo sido tomada pelo exército russo, tornando-a num ponto estratégico para abastecimentos.
A região foi reconquistada pelo exército ucraniano na semana passada.
Zelensky anunciou na quinta-feira à noite a descoberta do que descreveu como “vala comum” em Izium, sem dar detalhes sobre o número de pessoas enterradas ou a causa das mortes.
Um responsável da polícia regional, Serguiï Botvinov, adiantou ao canal de televisão Sky News que algumas das vítimas foram mortas por balas, enquanto outros morreram em bombardeamentos.
A cidade de Izium estava, na semana passada e de acordo com a agência France Presse, devastada pelos combates, com casas e edifícios públicos destruídos e veículos blindados atingidos.
As forças russas têm sido acusadas pela Ucrânia de numerosos abusos nos territórios que ocupam, em particular em Busha, uma cidade nos arredores de Kiev, de onde se retiraram no final de março e onde foram encontrados centenas de cadáveres de civis executados.
A Rússia nega ter cometido esses abusos.
“Rússia deixa morte por todo o lado”: Zelensky confirma descoberta de vala comum em Izium