Morreu com apenas 16 anos, a 12 de fevereiro de 1554, executada com um golpe de machado. Não há registo oficial do dia do seu nascimento, mas pensa-se que terá sido no outono de 1537. O seu reinado durou exatamente 9 dias, entre 10 a 19 de julho de 1553 e foi um golpe estratégico como tentativa de afastar o catolicismo do trono, uma vez que a coroa pertencia legitimamente a Maria Tudor, ou Bloody Mary, a Rainha Sanguinária. Com 15 anos, Lady Jane Grey foi então obrigada a sentar-se na cadeira do poder, aceitando ser rainha regente, devido à intrincada teia de poder e ganância que a rodeava. Há relatos de que terá desmaiado quando foi comunicada a notícia.

A possível noiva do rei

Chamava-se Lady Jane Grey ou Lady Jane Dudley, era bisneta de Henrique VII – pela parte da mãe Lady Frances Brandon e pensa-se que terá nascido no condado de Leicestershire. Teve uma excelente educação humanista, rodeada dos melhores tutores  de antiguidade clássica, gramática, retórica, poesia, história e filosofia moral. Escrevia e  falava grego e latim e era igualmente fluente em francês, hebraico e italiano. Preferia estudar Platão a desportos e caçadas. Protestante fervorosa, foi considerada uma das mulheres mais cultas do seu tempo e uma das figuras históricas reais mais adoradas.

Quando chegou aos 10 anos de idade, foi convidada a frequentar a corte pela mão do ambicioso Thomas Seymour, algo comum entre as crianças aristocráticas, no período da dinastia Tudor. Os olhos estavam postos em si como futura candidata a mulher do rei, o seu primo Eduardo VI, o primeiro rei a ser educado como protestante.

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Mas foi por volta de maio de 1553 que casou com Lorde Guildford Dudley, o filho mais novo de um dos homens de confiança do conselho. O rei Eduardo VII assumiu o trono com apenas nove anos de idade e, por ser tão novo, era assistido por um conselho privado liderado pelo acérrimo Duque de Northumberland que queria continuar a reforma do reino. Foi com o filho deste que Lady Jane Grey casou.

Presa na torre

Estava a tornar-se claro que o rei Eduardo sofria de tuberculose, não lhe restava muito tempo de vida, ora melhorava, ora piorava. Tinha de se chegar rapidamente a uma solução de sucessão à Coroa. Northumberland estava desesperado com o passo seguinte que seria legitimamente conceder a coroa à católica Maria Tudor, meia-irmã do rei e sua herdeira oficial. Pouco antes de o seu estado clínico se agravar, o nobre conseguiu convencer o rei a declarar a meia-irmã ilegítima ao trono e a sugerir Lady Jane Grey, a sua nora, como possível sucessora. E consegue.

Eduardo morre a 6 de julho de 1553 e passados quatro dias, Jane é proclamada rainha sem ter a mínima pretensão.

Porém, Maria Tudor ganhava cada vez mais popularidade e preparava a sua vingança. Tendo o suporte de fortes aliados, conseguiu aprisionar a rainha regente que entretanto renunciou ao cargo, o seu marido e o seu pai, o Duque de Suffolk, na torre de Londres. A este último foi concedido perdão, todos estavam literalmente a tentar “salvar” as suas cabeças, mas acabou também executado. A Lady Jane Grey, ainda lhe foi dada a hipótese de lhe ser poupada a vida por Maria Tudor (entretanto já no trono) se se convertesse ao catolicismo, mas Jane não aceitou, o que selou o seu fim. A 12 de fevereiro de 1554, foi decapitada com um machado, no mesmo dia do marido. Ele ainda pediu para se encontrarem uma última vez, mas Jane recusou, alegando que lhe causaria mais dor. Pelas dez da manhã, Lorde Guildford Dudley foi executado publicamente com uma multidão a assistir, entre os quais a própria Lady Jane Grey da janela da sua torre.