O Observatório Meteorológico Central da China emitiu esta segunda-feira um alerta amarelo de seca, depois de os níveis de precipitação na bacia do rio Yangtsé, no centro do país, terem caído quase 50 por cento, em termos homólogos, desde julho passado.

Em algumas áreas das províncias de Hunan, Hubei, Jiangxi e Anhui, a precipitação média entre julho e setembro caiu até 80%, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo a mesma fonte.

O Observatório também alertou para um aumento das temperaturas no centro do país, que esta semana podem chegar aos 37 graus, e para “alto risco” de incêndios florestais.

No último fim de semana, a seca atingiu níveis “moderados, severos ou extremos” em doze províncias localizadas a sul do Yangtsé, o rio mais longo da China.

O curso principal do Yangtsé está atualmente 4,56 metros abaixo do nível registado há um ano. O nível da água no Lago Poyang, o maior lago de água doce da China, localizado na província de Jiangxi, sofreu uma redução homóloga de 7,72 metros.

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O Poyang atingiu na sexta-feira o nível mais baixo desde que há registos.

Nos últimos dias, o governo central enviou uma equipa de fiscalização do Centro Nacional de Comando para a Prevenção de Secas e Inundações para as áreas mais afetadas pela seca, onde recomendou que a prioridade deve ser “prevenir secas de longo prazo” e garantir o “abastecimento de água potável” e a “estabilidade da colheita de outono”.

Durante o verão, a seca levou a fenómenos inusitados, como pessoas em Chongqing (centro) a atravessar de motocicleta o rio Jialing, cujo leito ficou exposto devido à queda do nível da água, ou a descoberta de esculturas budistas de 600 anos até então cobertas pela água.

As altas temperaturas registadas também fizeram com que províncias dependentes de energia hidroelétrica, como Sichuan (centro), restringissem o uso de energia a algumas indústrias. O governo central alertou para uma “séria ameaça” à colheita de outono.

O meteorologista local Chen Lijuan explicou recentemente que os períodos de calor intenso, que começam “mais cedo e terminam mais tarde”, podem tornar-se o “novo normal” no país asiático, sob o “efeito das mudanças climáticas”.