Uma goleada por 2-0 frente ao EP-COM Hajvalia da Bósnia, um triunfo por 2-1 com as neerlandesas do Twente, uma vitória importante em Glasgow diante do Rangers por 3-2. De passo em passo, o Benfica foi dando gás ao objetivo de regressar à fase de grupos da Liga dos Campeões depois da histórica participação da última temporada, a primeira de sempre de uma equipa portuguesa. No entanto, e apesar desse avanço moralizador conseguido na Escócia, a eliminatória estava longe de uma resolução e Filipa Patão, treinadora das encarnadas, reforçava a importância da partida até para o panorama nacional.

Benfica vence Rangers e fica em vantagem no acesso à Liga dos Campeões feminina

“Vamos marcar uma posição que queremos que Portugal cada vez marque mais, que é o espetáculo. Não nos vamos desviar disto, de forma alguma. Toda a gente quer ver um bom espetáculo, equipas a querer fazer golos e a procurar ter bola. Isso queremos e vamos garantir. Queremos cada vez mais público na bancada e faço um apelo. Temos de conseguir que o Benfica seja uma referência cá, com esta parte fervorosa e apaixonante dos nossos adeptos. Conseguem fazer nas modalidades e no masculino diversas vezes, mas elas também merecem. Uma coisa garanto: estas meninas vão dar espetáculo e precisam, de uma vez por todas, que o público venha vê-las”, comentara a técnica do conjunto da Luz.

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“Apesar da vantagem, o Rangers foi uma equipa competente e vem para criar problemas. Conforme o tempo que passar, e se o resultado se mantiver, vão ter de procurar mais por um resultado positivo. Teremos a nossa estratégia e vamos estar preparadas para qualquer eventualidade que o jogo traga”, acrescentara antes de mais um encontro que tentava dar continuidade ao bom momento esta época, com um plantel reforçado a pensar não só numa perspetiva nacional mas também na ótica da Champions.

Com a bancada central do campo principal do Benfica Campus quase cheio (e com Rui Costa, presidente do clube, também presente), as encarnadas começaram com a corda toda também pelas oito vitórias seguidas desde o início da temporada que valeram a conquista da Supertaça e a liderança do Campeonato. Ana Vitória e Andreia Faria deixaram os primeiros sinais de perigo sem que as escocesas tivessem o mínimo esboço de um movimento em busca do golo, Esson brilhou na baliza a remates de Nycole (21′) e Andreia Faria (28′) e Cloé Lacasse acertou na barra (38′) num vendaval ofensivo sem resultados práticos.

O Benfica tinha o domínio completo mas o segundo tempo foi mudando em parte as características do jogo, na mesma com o controlo das lisboetas mas sem a mesma capacidade de criar ocasiões junto da baliza de Esson como acontecera até ao intervalo. Ainda assim, e mesmo sem tanto volume, Cloé Lacasse voltou a ter uma bola isolada na área para um remate à figura da guarda-redes escocesa (83′). Pelo meio, o Rangers foi deixando sinais de uma resposta que chegaria mesmo a três minutos do final do tempo regulamentar com Emma Watson a aproveitar uma saída falhada de Rute Costa para encostar no meio da confusão e empatar a eliminatória, levando tudo para prolongamento já com um visível desgaste em algumas jogadoras.

Durante um par de minutos, o resultado dava por engano a vantagem ao Rangers, sendo quase prenúncio daquilo que viria a acontecer ao cair do pano. No entanto, poucos minutos depois, o resultado que se registava não estava enganado e voltava a colocar a partida empatada com um golo de Cloé Lacasse, que recebeu descaída sobre a esquerda, foi ganhando vários metros em condução e rematou perto da pequena área sem hipóteses para Esson (93′). Até final, Lúcia Alves foi expulsa por acumulação de amarelos (110′), Christy Ucheibe teve o golo nos pés mas Jéssica Silva, entrada durante a segunda parte do tempo extra, ganhou em velocidade à defesa escocesa para fazer o 2-1 e selar de vez a passagem (120′).