O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu esta quarta-feira às autoridades do Burkina Faso que não poupem esforços para identificar e levar à justiça os autores do “ataque hediondo” que matou pelo menos 11 soldados no país.

“O secretário-geral lamenta o ataque a uma caravana comercial, escoltada pelas forças armadas nacionais e transportando bens essenciais, para a cidade de Djibo, no Burkina Faso”, indicou em comunicado Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, referindo-se ao ataque que ocorreu na segunda-feira perto de Gaskindé, na região do Sahel do Burkina Faso.

Ao pedir justiça, António Guterres apelou ainda a que os civis sejam poupados das consequências do conflito.

O secretário-geral reitera o compromisso das Nações Unidas de continuar a trabalhar com o Burkina Faso e parceiros internacionais para aumentar a proteção de civis, enfrentar desafios humanitários e promover paz e prosperidade duradouras com respeito aos direitos humanos”, refere a nota, transmitindo ainda as condolências de Guterres às famílias das vítimas.

Pelo menos 11 soldados morreram e 50 civis estão desaparecidos depois de um ataque “de terroristas” a uma caravana no norte do Burkina Faso, zona onde operam grupos armados de fundamentalistas islâmicos, anunciou esta quarta-feira o Governo.

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A caravana de abastecimento, sob escolta militar, “foi atacada por terroristas perto da cidade de Gaskindé”, na província de Soum, na região do Sahel, na segunda-feira, de acordo com um comunicado do porta-voz do Governo Wendkouni Joël Lionel Bilgo.

Bilgo indicou que o ataque causou ainda 28 feridos, entre os quais 20 militares, um voluntário e sete civis. “Prossegue a busca” pelos 50 civis desaparecidos, acrescentou.

O ataque contra a caravana, com destino à cidade de Djibo, também “causou danos materiais significativos”, disse Bilgo, que enviou “sinceras condolências às famílias” e desejando “uma rápida recuperação aos feridos”.

O Governo reafirma o seu compromisso e o de todas as forças patrióticas na luta contra o terrorismo de (…) defender e libertar o nosso povo das garras das forças obscurantistas que os querem escravizar através da violência cega e do terror”, acrescentou o porta-voz.

Burkina Faso tem registado, desde abril de 2015, ataques armados frequentes, realizados por grupos ligados tanto à rede terrorista Al-Qaida, quanto ao grupo extremista Estado Islâmico.

A região de Burkina Faso mais afetada pela insegurança é o Sahel, a norte, que faz fronteira com Mali e Níger, embora o fundamentalismo islâmico também se tenha espalhado para outras áreas vizinhas e, desde 2018, para o leste do país.

A insegurança fez com que o número de deslocados internos no Burkina Faso subisse para quase dois milhões de pessoas, de acordo com dados do Governo.