Samuel Costa, diretor desportivo da equipa feminina do Famalicão, está a ser alvo de um processo disciplinar por parte da Federação Portuguesa de Futebol. De acordo com informações recolhidas pelo Observador, estão em causa mensagens de texto e áudio que este terá enviado a jogadoras enquanto desempenhava funções no V. Guimarães, na época 2020/21.
Contactado pelo Observador, Samuel Costa negou todas as acusações. “Vou-me defender. Nunca assediei ninguém. Vou-me defender até às últimas consequências”, disse o diretor desportivo do Famalicão. Já esta sexta-feira, Miguel Afonso, o treinador da equipa feminina do clube, foi suspenso pelo próprio Famalicão e também pela Federação Portuguesa de Futebol, que instaurou um processo disciplinar urgente. Em causa estão acusações de assédio sexual, também via mensagens de texto e áudio enviadas a jogadoras, quando o técnico estava ao serviço do Rio Ave.
FPF cria equipa especial para investigar “com urgência” denúncias de assédio sexual
De recordar que, esta quinta-feira e quando surgiram as primeiras alegações relativamente a Miguel Afonso, Samuel Costa desvalorizou a situação. “Houve umas empresárias de jogadoras que me deram conhecimento de um boato, sem qualquer tipo de prova. Ligaram-me com insistência na semana em que o treinador foi contratado para que fosse despedido. Questionámos o técnico, naturalmente, e ele garantiu-nos que era tudo mentira. Nós acreditámos”, disse o diretor desportivo ao jornal Público.
Várias jogadoras da equipa de futebol feminino sénior do Rio Ave, com idades entre os 18 e os 20 anos, acusam o seu antigo treinador, Miguel Afonso, de assédio sexual, revela o jornal Público esta quinta-feira. O técnico, que orienta agora a equipa feminina do Famalicão, já reagiu, descrevendo as acusações como um “esquema” de que se irá “defender”.
Segundo o Público, que diz ter tido acesso a várias mensagens escritas e de voz trocadas entre as atletas e o treinador, Miguel Afonso enviou várias mensagens de teor impróprio às jogadoras. Chegou a ser confrontado por pessoas próximas das atletas. Num dos casos, a jogadora diz que foi “afastada” como retaliação. No outro, o treinador terá respondido ao namorado de uma das vítimas que tudo não passava de uma “brincadeira”.
Já esta sexta-feira, antigas jogadoras do Rio Ave e de outros clubes enviaram à Federação Portuguesa de Futebol — que já tinha instaurado um inquérito — uma queixa anónima e conjunta contra Miguel Afonso. De acordo com a CNN Portugal, a denúncia inclui provas de assédio sexual e ainda evidências de que o Famalicão foi informado sobre as acusações no dia em que anunciou a contratação do treinador.
Também esta sexta-feira, a FPF anunciou a criação de uma equipa especial, inserida no Conselho de Disciplina, para se dedicar com urgência à investigação dos processos instaurados na sequência de denúncias de assédio.