O balanço de um atentado num centro educacional em Cabul, na sexta-feira, subiu para 53 mortos e 82 feridos, anunciou esta sexta-feira a missão da ONU no Afeganistão.
O atentado foi cometido por um bombista suicida e vitimou estudantes que estavam a preparar-se para os exames.
“Cinquenta e três mortos, pelo menos 46 meninas e mulheres jovens. 110 feridos. A nossa equipa de direitos humanos continua a documentar o crime: verificar os factos e estabelecer dados confiáveis para combater negações e revisionismo”, sublinhou a missão numa mensagem hoje divulgada na rede social Twitter.
O atentado vitimou maioritariamente raparigas, disse à AFP um estudante que estava no local no momento da explosão.
“Poucos rapazes foram afetados porque estavam no fundo da sala de aula e o bombista entrou pela porta da frente onde as raparigas estavam sentadas”, disse a fonte.
A explosão ocorreu no distrito de Dasht-e-Barchi de Cabul ocidental, uma área predominantemente muçulmana xiita onde vive a minoria hazara, de origem turca e mongol.
Este bairro tem sido atingido por ataques nos últimos anos, e desde o regresso ao poder dos talibãs, em agosto de 2021.
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Um ramo regional do grupo terrorista Estado Islâmico tem reivindicado vários ataques contra os hazaras, que consideram hereges.
Cerca de 50 mulheres jovens manifestaram-se de manhã, no bairro de Dasht-e-Barchi, gritando “parem o genocídio dos hazaras”, segundo a AFP.
As manifestantes exibiram cartazes com frases como “não é um crime ser xiita“, antes de guardas talibãs terem disparado tiros para o ar para pôr termo ao protesto.
A população do Afeganistão é maioritariamente sunita.
O atentado foi condenado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu ao regime talibã que proteja os direitos de todas as pessoas, “independentemente da sua origem étnica ou género”.