“Dizemos coisas a nós próprios que não diríamos a um inimigo”

Esta foi apenas uma das muitas frases fortes que Bárbara Timo foi deixando em entrevista ao Observador na série “Labirinto – Conversas sobre Saúde Mental” em março, falando sobre os problemas de saúde mental que teve de enfrentar. “A depressão é uma condição com que vou conviver mas não me define. E vou superá-la quantas vezes for necessário”, destacou a judoca de 31 anos nascida no Rio de Janeiro. Até aos Jogos Olímpicos, e tudo aquilo que pesou na preparação após uma pandemia, já levava uma prata em Mundiais e um bronze em Europeus, sempre em -70kg. Após baixar de categoria (-63kg), somara “só” um ouro no reputado Grand Slam de Paris. Conseguiria mais? A resposta chegou em Tashkent.

Bárbara Timo e a depressão: “Dizemos coisas a nós próprios que não diríamos a um inimigo”

Naquela que foi a primeira medalha de Portugal nos Mundiais deste ano, Bárbara Timo alcançou o bronze nos -63kg, após derrotar no combate decisivo a romena Florentina Ivanescu. Ao todo, a judoca conseguiu um total de cinco vitórias e uma derrota ao longo do dia, perdendo apenas nas meias-finais.

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A judoca do Benfica, atual 26.ª classificada do ranking numa categoria que não era a sua (competia antes nos -70kg) começou por derrotar a sérvia Anja Obradovic (43.ª) no primeiro combate, seguindo-se mais um triunfo na teoria surpreendente no golden score contra a eslovena Andreja Leski, sexta melhor do mundo. Timo continuou a bater adversários mais cotadas na fase preliminar como a neerlandesa Geke van den Berg (22.ª), ganhando depois nos quartos à polaca Angelika Szymanska (15.ª) por castigos.

Bárbara Timo estava apenas a um triunfo de chegar às medalhas mas a primeira tentativa não correu da melhor forma, perdendo com a japonesa Megumi Horikawa (13.ª) nas meias-finais. Depois, na discussão pela medalha de bronze, a judoca portuguesa venceu a romena Florentina Ivanescu, (33.ª).