Era suposto que, em Setembro, a Nissan tivesse retomado a sua actividade na Rússia, que suspendeu em Março, pouco depois da invasão da Ucrânia. Isso não só não aconteceu, como o construtor japonês decidiu prolongar a suspensão até Dezembro de 2022, situação essa que cai agora por terra com o anúncio de que a Nissan vai abandonar o mercado russo, em linha com a decisão da Renault. Os japoneses vendem tudo por 1 euro e ainda vão ter de encaixar prejuízos na ordem dos 700 milhões de euros.

Recorde-se que, em Maio, os franceses optaram por vender os 67,7% que detinham na Avtovaz, fabricante dos Lada, ao Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e de Motores (NAMI), assegurando junto desta instituição estatal russa a possibilidade de readquirir a participação no prazo máximo de seis anos.

A saída da Nissan da Rússia é em tudo semelhante. O negócio passa pela alienação da Nissan Manufacturing Russia LLC (NMGR) à NAMI, entidade do Estado russo que, por 1 euro, passará a deter todas as operações comerciais e industriais dos japoneses, o que inclui as instalações fabris e de desenvolvimento localizadas em São Petersburgo, bem como o centro de Vendas e de Marketing da Nissan, situado em Moscovo. A nova entidade tratará de assegurar protecção aos trabalhadores afectados durante 12 meses.

Ainda dependente da aprovação das autoridades competentes, a venda dos activos da Nissan ao Estado russo deverá ser formalizada no decorrer das próximas semanas, prevendo o contrato que, nos próximos seis anos, a marca pode voltar atrás na decisão e retomar o negócio, pois está salvaguardada a possibilidade de recompra. Entretanto e se tal não acontecer, a NAMI vai aproveitar estes recursos para desenvolver “futuros projectos de veículos de passageiros”.

Segundo a própria Nissan, a saída agora anunciada vai ter um custo de 100 mil milhões de ienes, o equivalente a 704 milhões de euros à cotação de hoje. Saíam da linha de São Petersburgo, inaugurada em 2009, modelos como os Nissan X-Trail, Qashqai e Murano.

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