Com apenas 29 minutos disputados nos últimos três jogos do Atl. Madrid, João Félix foi o protagonista da última semana do clube espanhol. O jogador português foi assobiado pelos adeptos quando entrou na segunda parte da partida contra o Girona, no fim de semana, e a clara crise de rendimento que está a atravessar foi assunto em declarações tanto de Diego Simeone como do próprio presidente dos colchoneros.

Logo depois da vitória em casa frente ao Girona, na zona de entrevistas rápidas, o treinador argentino comentou o aparente desagrado de João Félix com o facto de ter sido lançado apenas no último quarto de hora do jogo. “O Correa aproveitou a oportunidade e bisou. Isto é o futebol, pertencer a uma equipa. Se estás chateado, quando tens a oportunidade tens de mostrar por que é que exiges jogar”, disse Simeone, que acabou por apresentar uma postura mais salomónica na conferência de imprensa de antevisão ao encontro desta quarta-feira como Club Brugge.

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“Ele é importante para o clube e para a equipa mas, neste período, ainda não encontrou o mais importante para ele, que é o golo. E isso causa frustração. Está a trabalhar bem, treinou bem e, além disso, tudo o que ele possa fazer mal, eu faço pior. Significa que não lhe dou aquilo de que ele precisa para dar tudo o que tem. Se calhar, a falha é do treinador”, explicou o técnico. O assunto, porém, não ficou por Simeone — e chegou mesmo a Enrique Cerezo, presidente do Atl. Madrid.

“O João é um jogador magnífico mas a verdade é que ainda não mostrou aquilo que vale. Mas, com o tempo, estou certo de que o irá demonstrar. Não tememos nada. É um ótimo jogador, tem um contrato muito longo e estamos encantados com ele. Há jogadores que se adaptam logo, outros que demoram mais. Infelizmente, não está muito adaptado. No entanto, acredito que vai conseguir triunfar aqui, por essa qualidade e categoria que tem como jogador”, defendeu o líder colchonero.

Ora, era neste contexto que o Atl. Madrid recebia esta quarta-feira o Club Brugge no Wanda Metropolitano. Depois de vencerem o FC Porto no Dragão, os espanhóis perderam com o Bayer Leverkusen na Alemanha e com os belgas em Brugge, o que significava que precisavam urgentemente de voltar a pontuar para tomar uma posição nas contas do apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. João Félix começava no banco e Griezmann e Correa eram os responsáveis pelo setor ofensivo da equipa — isto numa semana em que a contratação do avançado francês ao Barcelona a título definitivo, por 20 milhões fixos mais quatro em variáveis, também ficou confirmada depois de toda a polémica do início da temporada.

A primeira parte teve um claro ascendente do Atl. Madrid, que esteve sempre mais perto da baliza do Club Brugge e criou várias oportunidades para abrir o marcador. O maior susto que os espanhóis tiveram foi mesmo uma grande penalidade de Molina que ainda foi assinalada pelo árbitro mas revertida pelo VAR, com o jogo a chegar ao intervalo ainda sem golos mas com os ânimos algo exaltados entre os jogadores.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo, o Atl. Madrid continuou por cima do jogo mas com pouco espaço para criar perigo e Simeone mexeu pela primeira vez já aos 60 minutos, lançando Carrasco, Morata e De Paul de uma vez. Com o resultado ainda a zeros, o treinador argentino esgotou as substituições ao colocar Matheus Cunha e Witsel em campo — ou seja, João Félix aqueceu mas não chegou a ser opção no Atl. Madrid.

Até ao fim, mesmo com a expulsão do avançado Sowah por acumulação de cartões amarelos, já nada mudou. O Atl. Madrid roubou os primeiros pontos ao Club Brugge nesta fase de grupos da Liga dos Campeões mas a verdade é que os belgas, com 10 pontos no grupo do FC Porto, têm desde já garantindo o apuramento para os oitavos de final. Os espanhóis atacaram muito mas não marcaram; João Félix aqueceu muito mas nem sequer jogou.