A peregrinação internacional de 12 e 13 de outubro ao Santuário de Fátima, presidida pelo bispo da diocese de Leiria-Fátima, José Ornelas, termina esta quinta-feira, sendo esperados milhares de fiéis no recinto de oração.
As celebrações começam às 09h00, com o rosário internacional, na Capelinha das Aparições, e, às 10h00, tem lugar a missa com a Bênção aos Doentes e procissão do Adeus, no altar do recinto.
Segundo dados do Santuário, foram registados 110 grupos organizados de 26 países para participação nesta peregrinação aniversária de outubro, que assinala a sexta aparição da Virgem aos videntes Jacinta, Francisco e Lúcia, “com particular destaque para o chamado ‘milagre do Sol'”.
Na quarta-feira à tarde, a conferência de imprensa que antecedeu a peregrinação teve como tema dominante os abusos sexuais na Igreja Católica, com o bispo, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a reconhecer que estes são acontecimentos dramáticos que “não têm desculpa”, considerando que qualquer “número é sempre demasiado” e uma derrota.
Bispo José Ornelas suspeito em segundo inquérito por alegado encobrimento
José Ornelas tem estado nos últimos dias em foco devido à divulgação, pelo jornal Público, de que está a ser investigado pelo Ministério Público por eventual “comparticipação em encobrimento” de casos de abusos sexuais sobre crianças numa cidade da província moçambicana da Zambézia e de outra por um caso alegadamente ocorrido na arquidiocese de Braga.
Na conferência de imprensa, o prelado declarou-se “tranquilo”, frisando não ter havido “nenhuma manobra de encobrimento” e não ter sido contactado pelo Ministério Público.
À noite, perante milhares de fiéis, evocou Sophia de Mello Breyner para explicar aos peregrinos de Fátima qual deve ser a atitude da igreja nos tempos de hoje e que se resume a encarar os problemas de frente.
“Vemos, ouvimos e lemos… não podemos ignorar”, citou José Ornelas, na homilia da celebração da palavra, acrescentando que “esta tem de ser também a atitude da Igreja, que invoca Maria como sua Mãe”.
“Como Igreja, temos de estar na linha da frente do estar atento, do proteger, da estar próximo a todas as fragilidades. Essa é a nossa missão, nascida e modelada pelo amor paterno/materno de Deus presente em Maria, Mãe e modelo do agir humano”, defendeu.