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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deixou esta quinta-feira críticas duras ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, apelando a que o “mandato da organização seja cumprido”.

“Acredito que o Comité Internacional da Cruz Vermelha não é um clube de privilégios, no qual são pagos e aproveitam a vida. A Cruz Vermelha tem obrigações, primariamente de natureza moral. O mandato da Cruz Vermelha tem de ser cumprido. É necessário fazer imediatamente o que é completamente lógico para a Cruz Vermelha”, afirmou no habitual discurso. As declarações surgem após a organização ter feito uma pausa no trabalho de terreno na Ucrânia por motivos de segurança, na sequência dos bombardeamentos russos que atingiram várias cidades por toda a Ucrânia.

Apesar das críticas, Zelensky explicou que decorreu esta quinta-feira uma reunião “importante” entre a equipa ucraniana com representantes do Comité Internacional da Cruz Vermelha e outras organizações para discutir a situação dos prisioneiros libertados. “Foram ditas coisas muito importantes, em particular as que dizem respeito o trabalho da Cruz Vermelha para garantir a segurança de todos mantidos em cativeiro russo”.

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O líder ucraniano lembrou especificamente o caso da prisão de Olenivka – controlada pelas autoridades separatistas da região de Donetsk —, que descreveu como um “campo de concentração”. “Conseguirmos aceder até eles é obrigatório, conforme estipulado. A Cruz Vermelha pode fazer com que isso aconteça”, afirmou. Sugeriu que a organização possa trabalhar no mesmo modelo da missão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que garantiu uma missão de presença permanente na central nuclear de Zaporíjia, zona que tem sido alvo de ataques nos quais Kiev e Moscovo trocam acusações.

A missão da Cruz Vermelha pode funcionar no modelo da missão da AIEA. Mas isso requer liderança. É necessário consciência, entender quem e o porquê de se ter criado uma instituição como a Cruz Vermelha.”

Esta quarta-feira, o chefe do gabinete do Presidente Zelensky, Andriy Yermak, disse que não compreende o porquê de a Cruz Vermelha ainda não ter ido a Olenivka, sublinhando que “não se pode perder mais tempo”. E deixaram um prazo: “Demos ao Comité Internacional da Cruz Vermelha três dias para enviar uma missão ao centro de detenção de Olenivka, onde prisioneiros de guerra ucranianos estão detidos desde maio”. Segundo Yermak, essa foi a principal exigência da reunião.

A Ucrânia tem insistido numa investigação independente ao ataque à prisão de Olenivka, onde morreram 53 prisioneiros de guerra ucranianos. Kiev e Moscovo trocaram acusações sobre a autoria do ataque, sendo que a Organização das Nações Unidas (ONU) já nomeou uma equipa de especialistas para investigar o caso.

ONU nomeia especialistas para investigar ataque a prisão ucraniana em Olenivka