O Presidente angolano, João Lourenço, dirige este sábado uma mensagem sobre o estado da Nação, um ato que marca formalmente a abertura do primeiro ano parlamentar da V Legislatura da Assembleia Nacional de Angola.

João Lourenço dirige ao país uma mensagem sobre o estado da Nação e “as políticas preconizadas para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem-estar dos angolanos e desenvolvimento do país”, como estabelece o artigo 118 da Constituição angolana.

A V Legislatura da Assembleia Nacional de Angola 2022-2027 emana das quintas eleições gerais angolanas de 24 de agosto, que elegeram 220 deputados, com destaque para os 90 deputados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) que duplicou o número de deputados.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) elegeu 124 deputados.

O MPLA e a UNITA são os únicos partidos angolanos que na presente legislatura formam grupo parlamentar.

Os restantes seis deputados distribuem-se entre o estreante Partido Humanista de Angola, o histórico Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Partido da Renovação Social (PRS).

Estas organizações políticas elegeram dois deputados cada uma, insuficiente para formar um grupo parlamentar.

Antes da mensagem à nação do Presidente angolano, a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, vai proferir uma mensagem de boas vindas a João Lourenço.

Oradores de uma conferência pediram, na quinta-feira, ao Presidente angolano para “clarear” a questão das autarquias, no seu discurso sobre o estado da Nação, considerando que as autárquicas vão refletir o que os angolanos querem na gestão do país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na antecâmara do discurso de João Lourenço, políticos, politólogos e jornalistas apontaram, durante uma conferência em Luanda, os temas que deverão nortear a mensagem de João Lourenço pedindo abordagem clara sobre as autarquias, que para um dos oradores é também “desejo do MPLA, no poder”.

“Acredito que, neste sábado, o Presidente possa trazer algum clarear sobre a questão das autarquias”, afirmou Faustino Mumbika, deputado da UNITA.

Mumbika, que foi um dos oradores da “Conferência sobre o Estado da Nação”, disse ser necessário que João Lourenço “fale com clareza” sobre a questão das eleições autárquicas, porque no seu discurso de investidura “deixou muitas zonas cinzentas” sobre o assunto.

Milonga Bernardo, deputado do MPLA, disse acreditar que ao longo desta legislatura as “autarquias vão acontecer”, recordando que falta apenas aprovar um único diploma do pacote legislativo autárquico.

Além da componente das autárquicas, o deputado do MPLA acredita que a mensagem de João Lourenço estará muito voltada às questões sociais, tal como foram as promessas da campanha eleitoral, sobretudo na temática da educação, saúde, eletricidade e outros.

O jornalista Reginaldo Silva considerou que todos os cidadãos estão expectantes sobre as eleições autárquicas que, no seu entender, “vão dizer efetivamente o que os angolanos querem em termos de gestão do país”.

“Quem governa não tem feito grandes alterações na forma como olha o país, estamos neste momento mais preparados para pressionar e exigir mais a quem governa e nós temos de ser também mais cidadãos”, referiu o jornalista, aludindo às disputadas eleições de 24 de agosto.