Kanye West quer comprar a rede social de direita Parler, plataforma popular entre apoiantes de Donald Trump e que se considera uma alternativa de “liberdade de expressão” ao Twitter. O “acordo de princípio” para a aquisição foi anunciado esta segunda-feira em comunicado, que não revela o montante oferecido pelo músico.

A Parlement Technologies, empresa-mãe da Parler, explica que Kanye West está a adotar uma “postura ousada contra a sua recente censura [por parte] da big tech”. A notícia surge pouco mais de uma semana depois de o cantor ter sido temporariamente bloqueado do Instagram e do Twitter por partilhar mensagens consideradas antissemitas.

Num tweet, que foi apagado por violar as regras da rede social, Kanye West ameaçava “os judeus” escrevendo que estes tinham estado a “brincar” com ele: “Vocês têm estado a brincar comigo e a tentar excluir qualquer pessoa que se oponha à vossa agenda”. 

Twitter bloqueia conta de rapper Kanye West por mensagem considerada antissemita

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A aquisição proposta por Kanye West, no entender da Parler, garantirá à rede social “um papel futuro na criação de um ecossistema que não pode ser cancelado” e onde “todas as vozes são bem-vindas”. Para além disso, George Farmer, CEO da Parlement Technologies, considera que o músico está a dar um “passo pioneiro para o espaço da liberdade de expressão das redes sociais e nunca mais terá de recear ser bloqueado”.

Este acordo mudará o mundo e mudará a forma como o mundo pensa sobre a liberdade de expressão”, lê-se na nota emitida pela Parler. A rede social, que foi fundada em 2018, acredita que a aquisição ficará concluída até ao final do ano.

Popular entre conservadores e apoiantes de Donald Trump, a Parler ganhou milhares de seguidores após as eleições norte-americanas de 2020 — vencidas por Joe Biden. Segundo o The Washington Post, a plataforma ter-se-á tornado num lugar onde as pessoas compartilhavam teorias da conspiração acerca das eleições.

A rede social foi acusada de alegadamente ajudar os apoiantes de Trump a planear e coordenar a invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021. Depois desses distúrbios, a plataforma foi removida das lojas online da Google e da Apple, tecnológica que disse, de acordo com o The Guardian, que a Parler “não adotou as medidas adequadas para lidar com a proliferação das ameaças à segurança das pessoas”.

Depois de concordar em moderar as publicações mais de perto, a rede social voltou a ficar disponível em fevereiro de 2021. A Parler foi criada a partir de uma conceção partilhada entre os políticos conservadores, que consideram que as plataformas mais populares moderam em demasia o conteúdo e, assim, restringem a liberdade de expressão.