O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quarta-feira “um dia importante” para as Forças Armadas e para o país que a Força Aérea Portuguesa já disponha da primeira das cinco aeronaves KC-390 da Embraer, um projeto “três em um”.
Este é um projeto que, verdadeiramente, são três em um”, porque permite alcançar três objetivos: “Capacitação das nossas Forças Armadas e da Força Aérea, estreitamento das nossas relações com o Brasil e desenvolvimento do nosso cluster aeronáutico como importante componente da economia nacional”, argumentou António Costa.
O primeiro-ministro, que discursava na cerimónia de apresentação da primeira aeronave nacional KC-390, na Base Aérea N.º 11 de Beja (BA11), começou por qualificar este como “um dia importante para as Forças Armadas, um dia importante para Portugal”.
Hoje, a Força Aérea recebeu a primeira das cinco aeronaves KC-390 que vem a constituir um reforço importante na edificação de uma nova capacidade da Força Aérea e da renovação da sua frota”, já que estes aviões vão substituir os Hércules C-130.
Mas este projeto, “é mais do que um elemento de capacitação das nossas Forças Armadas”, porque “é também um elemento simbólico do estreitamento das relações” entre Portugal e o Brasil, no ano em que este “país irmão” celebra os 200 anos de independência, afirmou.
E é ainda “um excelente exemplo de uma política pública que, continuadamente executada, deu frutos”, destacou o chefe do Governo, lembrando que o projeto do KC-390 “iniciou-se em 2010” e “com a participação, pela primeira vez, da engenharia portuguesa na conceção de uma nova aeronave”.
Depois de a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras já ter realçado os números portugueses envolvidos na conceção do KC-390 da construtora aeronáutica brasileira, que está nas OGMA e teve duas fábricas em Évora, mas vendeu-as este ano, António Costa também não lhes “passou ao lado”.
Nesta aeronave estão 650 mil horas de trabalho da engenharia portuguesa. O trabalho desenvolvido pelo CEiiA, a capacitação de um conjunto de empresas nacionais e em particular das OGMA são da maior importância para a construção de um cluster aeronáutico”, assinalou.
E, além da engenharia, acrescentou, “é também a primeira vez que a indústria portuguesa produz em Portugal componentes essenciais de uma aeronave e isto significou também robustecer essa indústria”.
Portugal, mediante este projeto, teve ainda “oportunidade de estreitar as relações com um dos grandes players mundiais de aeronáutica, como é a Embraer, e ajudar a desenvolver um conjunto de empresas que, sediadas sobretudo na região do Alentejo, têm vindo a fortalecer este cluster aeronáutico”, indicou.
O primeiro avião KC-390, dos cinco comprados por Portugal à Embraer, chegou, no domingo, à BA11, a nova “casa” destas aeronaves, informou a Força Aérea Portuguesa (FAP).
Antes da entrega do avião à Força Aérea, será agora feita “a integração dos equipamentos NATO e certificados pela Autoridade Aeronáutica Nacional”, de acordo com a FAP.
Portugal assinou, a 22 de agosto de 2019, num investimento de 827 milhões de euros, os contratos para a compra dos KC-390, com componentes feitos nas duas fábricas em Évora da Embraer (peças de maior dimensão das asas e estabilizadores vertical e horizontal da cauda) e nas OGMA, em Alverca (fuselagem central).
O negócio inclui a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.
Ministra da Defesa destaca “retorno económico” do programa do avião KC-390
A ministra da Defesa, Helena Carreiras, destacou esta quarta-feira o “retorno económico” para Portugal do programa da nova aeronave KC-390 da brasileira Embraer, por ter contribuído para a “criação de mais de 350 postos de trabalho altamente qualificados”.
Não poderia deixar de sublinhar o sucesso e retorno económico comprovado especialmente porque se trata do primeiro programa de aeronáutica com engenharia portuguesa”, afirmou a governante, em Beja, na apresentação do primeiro avião KC-390 da Força Aérea.
Segundo a ministra da Defesa Nacional, que discursava na cerimónia realizada na Base Aérea N.º 11 (BA11), na cidade alentejana, o desenvolvimento desta aeronave envolveu “mais de 650 mil horas de trabalho de engenharia em Portugal e mais de dois mil desenhos técnicos gerados no país”.
O projeto, sublinhou, contribuiu “para a criação de mais de 350 postos de trabalho altamente qualificados, entre engenharia de desenvolvimento e de produção, e todo o leque de saberes avançados que esta indústria integra, além de envolver empresas de vários pontos do país”.
Considerando que o programa do KC-390 “é um dos projetos estruturantes da Lei de Programação Militar”, a ministra realçou que estas aeronaves vão substituir a atual frota do Hércules C-130, que opera em Portugal desde 1977.
“Essas aeronaves têm cumprido a sua missão de forma admirável e fiável, ao longo dos últimos 45 anos, ao serviço do país, tendo atingido recentemente o marco de 85 mil horas voadas”, adiantou a governante.
Helena Carreiras justificou esta renovação com a existência de “um novo contexto internacional, de novos desafios emergentes e da necessidade de acompanhar de forma próxima os desenvolvimentos tecnológicos mais recentes”.
“A defesa de Portugal faz-se muito para além das nossas fronteiras físicas e o investimento realizado deverá ter em consideração a tipologia das missões e operações no exterior em teatro operacionais habitualmente de grande exigência”, vincou.
De acordo com a titular da pasta da Defesa Nacional, estas missões e operações requerem que as Forças Armadas se encontrem com “elevada prontidão, projetáveis, bem treinadas e com equipamento de última geração”.
“O KC-390 representa velocidade, alcance e modernidade, representando um salto qualitativo inquestionável”, disse.
Entre outras funções, salientou, que este avião vai “robustecer a capacidade de ação nacional para projetar e retrair militares, assim como para amplificar a capacidade de apoio logístico e material às forças nacionais destacadas”.
A aeronave vai também “aumentar a capacidade nacional de resposta em proteção da diáspora de forma mais célere eficaz e eficiente” e de “evacuação aeromédica e de busca e salvamento”, adiantou.
Notícia atualizada às 21h01