O ex-candidato presidencial apoiado pela IL, Tiago Mayan Gonçalves, manifestou esta terça-feira preferência pessoal pela deputada Carla Castro na corrida para a liderança dos liberais, aguardando pelas moções e equipas de ambos os candidatos para decidir o seu apoio.

“Para tomar uma posição definitiva [sobre o apoio] vou esperar pelas propostas, pelas moções de estratégia, pelas equipas de cada um dos candidatos, agora numa das componentes da decisão que é a análise pessoal de cada um dos candidatos e das suas características, não tenho dúvidas nenhumas em preferir Carla Castro, sem desprimor nenhum para Rui Rocha, que também é um elemento válido”, afirmou, em declarações à agência Lusa, Tiago Mayan Gonçalves.

Na opinião do antigo candidato presidencial, Carla Castro “reúne as características pessoais e políticas” que justificam a sua “preferência quer a nível ético, de humanismo” e também em termos das “capacidades de trabalho não só individual, mas em equipa” com “capacidades de liderança sem serem impositivas”.

“Teço enormes elogios às características pessoais da candidata o que me faz preferi-la nesse aspeto pessoal”, enfatizou, considerando que a deputada lhe dá “perfeitas garantias de que será uma defensora acérrima do que é o código genético e a matriz do partido que é ser a casa de todos os liberais”.

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Tiago Mayan Gonçalves assegurou que não vai integrar qualquer lista a qualquer órgão do partido. “É a posição que assumi desde o início, o de assumir posições no que forem as eleições deste partido, mas desvinculado e fazer de forma livre o meu posicionamento”, justificou.

Sobre a decisão de João Cotrim Figueiredo antecipar as eleições do partido e não se recandidatar, o liberal admitiu que foi uma surpresa.

Acho que foi surpreendente para a generalidade dos membros, até nos órgãos, e para as pessoas em geral, mas a decisão foi pessoal. Temos só que a respeitar e a consequência disso é que teremos então que enfrentar agora uma eleição para a liderança”, afirmou.

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Para Mayan Gonçalves, “é extremamente positivo” haver “uma disputa eleitoral que não seja de candidatura única”.

“Vai ser extremamente enriquecedor e fortalecedor para o partido termos a possibilidade de termos essa disputa eleitoral, que eu acredito que será de elevação e de discussão de ideias e posicionamentos”, sublinhou.

No domingo foi anunciado que as eleições para a comissão executiva da Iniciativa Liberal (IL) vão ser antecipadas e que o presidente João Cotrim Figueiredo não será novamente candidato ao cargo.

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Até ao momento, foi da bancada parlamentar dos liberais que saíram os dois candidatos, Rui Rocha e Carla Castro. Em termos de apoios entre o grupo parlamentar, que desde as eleições deste ano é composto por oito deputados, Rui Rocha conta com o de João Cotrim Figueiredo, Bernardo Blanco, Patrícia Gilvaz e Joana Cordeiro.

Carlos Guimarães Pinto, deputado e antigo presidente da IL, anunciou nas redes sociais logo no domingo que manterá “a posição de afastamento da vida interna do partido” que assumiu desde que deixou a presidência e que por isso não iria integrar, subscrever ou apoiar qualquer lista apresentada aos órgãos do partido.

O primeiro presidente dos liberais, Miguel Ferreira da Silva, anunciou esta terça-feira o apoio à deputada Carla Castro para presidente do partido.

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