Depois de um início de temporada auspicioso, com nove jogos consecutivos sem derrotas entre oito vitórias e um único empate, o Sp. Braga começou a tropeçar no final de setembro e entrou na fase mais instável da época. Três derrotas seguidas, contra FC Porto, St. Gilloise e Desp. Chaves, fizeram com que os minhotos não só fossem igualados no segundo lugar pelos dragões como também complicaram as contas do apuramento direto na Liga Europa.

Esta quinta-feira, na Alemanha, a equipa de Artur Jorge visitava o Union Berlin que derrotou pela margem mínima na Pedreira e procurava uma vitória para garantir que, pelo menos, marca presença no playoff de acesso aos 16 avos de final da Liga Europa. O Sp. Braga entrava em campo no segundo lugar do Grupo D, com menos três pontos do que o líder St. Gilloise e mais um do que os alemães e, embora a qualificação direta dependa daquilo que os belgas ainda vão fazer nestas duas últimas jornadas, o triunfo perante o Union Berlin assegurava o apuramento para a ronda que dá acesso à fase seguinte.

O Sp. Braga e uma crise multirresistente que até é imune a hat-tricks de Vitinha (ou como os minhotos empataram com o St. Gilloise)

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Defrontar o Union Berlin, porém, não era defrontar uma equipa qualquer. Embora a campanha na Europa não esteja a ser brilhante — duas derrotas e duas vitórias em quatro jornadas –, a equipa onde o central português Diogo Leite é titular está atualmente na liderança isolada da Bundesliga com mais um ponto do que o Bayern Munique. O conjunto da capital alemã leva sete vitórias em 11 jornadas e só perdeu com o Eintracht Frankfurt e o Bochum, sendo que empatou com o Bayern Munique e venceu o Borussia Dortmund.

“As duas equipas estão a fazer uma temporada muitíssimo boa e vão ter oportunidade de proporcionar mais um bom espetáculo, como aconteceu em Braga. São equipas em busca da vitória, muito intensas, com características muito vincadas. Respeitamos o valor do adversário mas vamos procurar ser superiores, mais capazes e competentes, para podermos vencer o jogo”, disse Artur Jorge na antevisão da partida. Assim, neste contexto, o treinador minhoto lançava o onze expectável, com Vitinha e Abel Ruiz no ataque e Iuri Medeiros e Ricardo Horta no apoio. Do outro lado, Diogo Leite era naturalmente titular.

Numa primeira parte muito equilibrada e onde o Sp. Braga teve mais bola e o Union Berlin rematou mais, ambas as equipas só conseguiram enquadrar um único remate com a baliza. Caiu uma oportunidade para cada lado, com Abel Ruiz a rematar ao lado depois de uma boa desmarcação (37′) e Trimmel a cabecear por cima na sequência de um canto na esquerda (40′), mas o jogo foi mesmo empatado sem golos para o intervalo.

O treinador dos alemães foi o único a mexer ao intervalo, trocando Thorsby por Schäfer, e o Sp. Braga poderia ter inaugurado o marcador em duas ocasiões: Fabiano rematou com muita força em posição frontal para defesa de Ronnow (57′) e Ruiz, logo depois, falhou o pontapé na sequência de uma assistência de Iuri Medeiros (59′). Já ultrapassada a hora de jogo, porém, os minhotos acabaram por sofrer as consequências desse desperdício. Al Musrati tocou com a mão na bola na área, o árbitro assinou grande penalidade depois de recorrer às imagens do VAR e Knoche, na conversão, colocou o Union Berlin a ganhar (68′).

Artur Jorge reagiu com uma dupla substituição, lançando Rodrigo Gomes e André Horta, e o primeiro ainda teve uma boa oportunidade para empatar ao aparecer na cara do guarda-redes (76′). Até ao fim, porém, já nada mudou. O Sp. Braga sofreu as consequências de ter sido demasiado perdulário e perdeu com o Union Berlin na Alemanha, caindo para o terceiro lugar do grupo e falhando desde já o apuramento direto para os 16 avos da Liga Europa, que o St. Gilloise garantiu. Na última jornada, uma receção ao Malmö na Pedreira, os minhotos terão de ganhar e esperar que os alemães não vençam na Bélgica para ficar na segunda posição e ir ao playoff de acesso à ronda seguinte.