Era o verdadeiro xeque-mate. Já apurado para os oitavos de final da Liga dos Campeões, o Real Madrid recebia o Celtic no Santiago Bernabéu com a certeza de que garantia o primeiro lugar do Grupo F em caso de vitória. Campeão em título, contra uma equipa escocesa já afastada das competições europeias e a querer renascer depois de dois jogos seguidos sem ganhar, o conjunto de Carlo Ancelotti tinha tudo para escrever mais uma noite europeia de boa memória.

Ainda assim, existia essa nuance dos resultados recentes. O Real Madrid entrava em campo depois de ter perdido com o RB Leipzig na última jornada da Liga dos Campeões e também depois de ter empatado em casa com o Girona para a liga espanhola, somando dois jogos consecutivos sem ganhar pela primeira vez esta temporada. Uma vitória contra o Celtic, mais do que a confirmação do estatuto de cabeça-de-série no sorteio dos oitavos de final da próxima segunda-feira, era também o regresso a um caminho vitorioso que os merengues têm vindo a construir desde o início da época.

“É um jogo importante. Temos o objetivo de ficar no primeiro lugar do grupo e vamos jogar contra um adversário intenso. Mas estamos preparados e com vontade de voltar a apresentar o nosso melhor nível. Temos todas as condições a nosso favor. Quanto mais não seja por voltarmos ao nosso estádio para uma noite de Champions. O Celtic não vai mudar a sua identidade. Vai fazer o seu jogo, com atitude, paixão e qualidade. É isto que esperamos. Será um jogo aberto e queremos voltar a colocar em campo a nossa melhor versão. Respeito muito este adversário, que tem feito bons jogos”, explicou Carlo Ancelotti na antevisão da partida, deixando desde logo antecipar que não faria grandes poupanças na hora de escolher o onze inicial.

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E correspondeu. Assim, esta quarta-feira, o Real Madrid apresentava-se com Asensio, Rodrygo e Vinícius no ataque e os expectáveis Kroos, Modric e Valverde no meio-campo, ficando Benzema no banco de suplentes. Do outro lado, Jota também ficava de fora do onze inicial, sendo que o ex-Marítimo e internacional japonês Daizen Maeda — que já sabe que vai estar no Mundial do Qatar — saltava para a titularidade.

À mesma hora, na casa emprestada em Varsóvia, o Shakhtar Donetsk recebia o RB Leipzig num confronto direto pelo apuramento para os oitavos de final. Os alemães tinham vantagem e só precisavam de um ponto, já que entravam em campo com mais três pontos do que os ucranianos — e até com possibilidade de chegar ao primeiro lugar, caso o Real Madrid não vencesse o Celtic –, mas o Shakhtar carimbava o passaporte para a fase seguinte em cenário de vitória.

Começando por Madrid, a primeira parte trouxe três (!) grandes penalidades. Jenz tocou com a mão na bola no interior da grande área logo nos instantes iniciais e Modric, na conversão do penálti, não falhou (6′) e tornou-se o quarto marcador mais velho da história da Liga dos Campeões. Pouco depois, a história repetiu-se: O’Riley também tocou na bola com a mão na grande área e Rodrygo, desta feita, aumentou a vantagem de penálti (21′).

Até ao intervalo, Mendy ainda imitou a façanha do outro lado, cometendo falta sobre Abada na área merengue, mas Courtois defendeu o pontapé de Juranovic (35′). À mesma hora, ao intervalo mas na Polónia, o RB Leipzig ia vencendo o Shakhtar com um golo solitário de Nkunku (10′) — numa conjugação de resultados que deixava os alemães apurados, os espanhóis no primeiro lugar do grupo e os ucranianos na Liga Europa.

Na segunda parte, os dois jogos chegaram à goleada. Asensio aumentou a vantagem do Real Madrid (51′), sentenciando quaisquer dúvidas que ainda pudessem existir relativamente ao primeiro lugar, Vinícius também marcou (61′) e Valverde fez o quinto golo (71′), sendo que Jota ainda apontou o golo de honra dos escoceses depois de entrar (84′). Na Polónia, André Silva fez o segundo golo do RB Leipzig (50′), Szoboszlai (62′) e Dani Olmo (68′) agravaram o resultado e os alemães apuraram-se para os oitavos de final, atirando o Shakhtar para a Liga Europa.