O Presidente dos EUA, Joe Biden, concretiza esta sexta-feira a segunda visita à Califórnia em menos de três semanas, em apoio à campanha de legisladores democratas para as eleições intercalares.

A subida dos preços dos combustíveis, as taxas de criminalidade preocupantes e a subida geral do custo de vida são motivos de preocupação para os democratas, em vésperas das eleições intercalares de terça-feira.

O regresso do chefe de Estado norte-americano à Califórnia, Estado tradicionalmente democrata, numa data perto das eleições, demonstra a ameaça iminente que o seu partido enfrenta num ano eleitoral turbulento.

Os republicanos parecem estar prestes a assumir o controlo da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), o que resultará numa perspetiva sombria para Biden na segunda metade do seu mandato.

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Joe Biden esteve já na quinta-feira na campanha do congressista Mike Levin, num distrito com uma ligeira inclinação democrata que atravessa os condados de San Diego e Orange. Aqui, nas presidenciais de 2020, Biden garantiu uma vantagem de dois dígitos sobre Donald Trump.

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Já no mês passado, o Presidente norte-americano esteve na Califórnia, em socorro de outra democrata do sul do Estado que está ameaçada, Katie Porter, estrela da ala progressista do partido.

Levin e Porter estão entre as cerca de uma dúzia de candidaturas ao Congresso naquele Estado que são consideradas renhidas. Algumas são vistas por ambos os partidos como críticas para o controlo da Câmara dos Representantes.

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“Se os democratas estão a esforçar-se para manter os distritos que Biden ganhava por margens de dois dígitos, isso pode significar que provavelmente já perderam a Câmara”, referiu David Wasserman, analista do Cook Political Report.

O atual contexto económico e social, e o histórico de que a meio do mandato o partido na Casa Branca é punido, forçam os democratas a jogarem à defesa mesmo num Estado notoriamente liberal e onde o então presidente Donald Trump perdeu por mais de 5 milhões de votos em 2020.

O baixo índice de aprovação de Biden está a criar dificuldades para os candidatos democratas em geral, embora as sondagens indiquem que o chefe de Estado é mais forte na Califórnia do que no país como um todo.

Em entrevista, Leven salientou que o resultado da sua candidatura dependeria da ida às urnas e que a sua campanha estava a redobrar esforços para entrar em contacto com os eleitores, inclusive com textos, telefonemas e campanha porta a porta.

Numas eleições disputadas, “a visita do Presidente será fundamental para garantir que o maior número possível de eleitores envie os seus votos”, realçou.

O opositor republicano de Levin é o empresário Brian Maryott, que referiu que a visita de Biden equivalia a “um presidente fracassado a viajar ao distrito para ficar ao lado de um congressista fracassado“.

A viagem de Biden acarreta alguns riscos, tendo sido, de resto, planeado um protestos nas proximidades. É também uma questão em aberto o quanto o governante pode fazer para motivar os eleitores nos últimos dias antes da votação.

A Califórnia é dominada por democratas, que ocupam todos os cargos no Estado. Democratas registados superam os republicanos, num rácio de quase 2 para 1, em todo o Estado, e um candidato do Partido Republicano não vence uma corrida estadual desde 2006.

Atualmente, os democratas têm uma vantagem de 220 a 212 sobre os republicanos na Câmara dos Representantes, sendo que para ter uma maioria são necessários 218 assentos.