A freguesia lisboeta de Alvalade dispõe, desde outubro, de um reforço de 22 agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), que se juntaram aos 32 efetivos da 18.ª esquadra no Campo Grande, anunciou esta sexta-feira o presidente da junta.
“A 18.ª esquadra teve, há uns anos, 70 agentes afetos. Quando tomei posse [em outubro de 2021] só estavam 32”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José Amaral Lopes (PSD), apresentando como “boa notícia” o reforço de 22 agentes da PSP, que entraram em funções em outubro.
O autarca falava numa audição na 8.ª comissão permanente da Assembleia Municipal de Lisboa, que tem atribuída a competência da Segurança, no âmbito da apreciação da petição pública “Alvalade é tranquilidade, por uma freguesia mais segura”.
A petição foi apresentada em julho deste ano, com 433 subscritores, e alerta para “um conjunto de assaltos inexplicáveis e inadmissíveis, decorridos em plena luz do dia”, exigindo o reforço da segurança e “a mobilização de um agente policial permanente para a Praça de Alvalade e/ou que possa patrulhar a Avenida da Igreja, Rua Luís Augusto Palmeirim, Avenida do Rio de Janeiro e respetivas transversais”.
“Já são visíveis no espaço público mais 22 agentes da PSP, portanto as condições melhoraram do ponto de vista de recursos humanos”, reforçou José Amaral Lopes, indicando que, desde que tomou posse no executivo da Junta de Freguesia de Alvalade, contactou com os comandantes da 18.ª esquadra para perceber o que poderia fazer para apoiar o trabalho da polícia, dentro das competências da autarquia, e para perceber se havia motivos que justificariam um sentimento de insegurança, concluindo que uma das razões era “a diminuição de recursos humanos, de recursos essenciais”.
No anterior mandato 2017-2021, a Junta de Freguesia de Alvalade foi presidida por José António Borges (PS).
O atual autarca, do PSD, referiu que, apesar de Alvalade ser uma das freguesias de Lisboa em que existe menor insegurança, segundo o relatório da Polícia Municipal, elaborado pela Universidade Nova e apresentado este ano, é necessário continuar a reforçar os recursos humanos da PSP para garantir o sentimento de segurança no território, ressalvando que o número de efetivos “melhorou, mas ainda não atingiu o patamar que já teve” na 18.ª esquadra.
Além de ambicionar o reforço de recursos humanos da PSP e da Polícia Municipal de Lisboa, José Amaral Lopes defendeu a implementação do sistema de vídeo segurança em zonas como o Campo Grande, que já teve o parecer “muito positivo” da 18.ª esquadra, da Universidade de Lisboa e de alguns moradores, assim como a criação de guardas-noturnos, lamentando que ambas as medidas não tenham avançado no anterior mandato, uma vez que já foram aprovadas pela Assembleia Municipal.
O presidente da Junta de Freguesia de Alvalade reforçou também que essas medidas, “sem substituir o papel da polícia”, podem ajudar a construir um sentimento de segurança e ter um efeito dissuasor e de limitação das condições para a prática de crimes, referindo que o território tem registo de alguns problemas relacionados com “pequenos assaltos e pequenos furtos”.
“Defendemos que, além do papel insubstituível da PSP, as autarquias podem ter um papel de complementaridade e de apoio a esse serviço, mas de apoio efetivo”, declarou, manifestando disponibilidade para investir num posto da Polícia Municipal para a zona do Campo Grande, proposta que já apresentou ao vereador da Segurança na Câmara Municipal de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD).
Questionado sobre o possível encerramento da 18.ª esquadra por decisão do Governo, José Amaral Lopes afirmou: “Enquanto não estiver convencido do contrário, vou defender politicamente, não como técnico especialista, que a esquadra se mantenha e que seja reforçada”.
Para responder nesta área, a Junta de Freguesia de Alvalade dispõe de “um grupo próprio de segurança e proteção civil, que reúne todos os meses”, que inclui várias entidades, como a PSP, Polícia Municipal, bombeiros, centros paroquiais, a Gebalis e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, “que têm uma visão holística dos problemas que podem gerar instabilidade e insegurança e que têm uma vantagem: detetando o problema e origem dele, adotam logo ou, pelo menos, propõe logo a adoção de medidas específicas para que esse problema não aumente”.