O Banco CTT vai ter um novo acionista. A Tranquilidade, do grupo Generali, chegou a acordo para ficar com uma participação de 8,71% do banco dos CTT.

Em comunicado, a Tranquilidade confirma, uma informação que já tinha sido avançada por vários jornais no final da semana passada, que os CTT vão passar a distribuir seguros de vida e de ramos reais da empresa seguradora, uma aliança “reforçada pela entrada da Tranquilidade no capital do Banco CTT”. E entra através de um aumento de capital de 25 milhões de euros, ficando com 8,71%. Os CTT também já revelam o negócio, assumindo que a entrada da Tranquilidade vai ser selada com um acordo parassocial que lhe “conferirá um conjunto de direitos minoritários em linha com a dimensão da participação”.

O aumento de capital terá um impacto de 240 pontos base no rácio de capital do Banco CTT no final do primeiro semestre (16,4%) — o que eleva este rácio aos 18,8% — e “tem uma valorização implícita de 1,1 vezes Price-to-Book Value baseado no capital próprio do Banco CTT a 30 de junho de 2022”.

A distribuição de seguros do grupo Generali pelos CTT será através de contratos de longo prazo, “com períodos de exclusividade renováveis de cinco anos”, segundo o comunicado da Tranquilidade. De acordo com os CTT, o acordo de distribuição de seguros contempla um preço fixo a pagar pela Tranquilidade/Generali Seguros de 1 milhão de euros aos CTT e de 9 milhões de euros ao Banco CTT, durante os seis anos iniciais “independentemente do desempenho”, “e potenciais pagamentos adicionais dependentes do desempenho alcançado ao longo da vigência dos contratos.”

“Através deste acordo com os CTT e o Banco CTT, a Tranquilidade pretende captar novos clientes, em particular no ramo vida e aumentar consideravelmente o seu volume de negócios. Desde a sua privatização em 2015, a Tranquilidade passou por um período de reorganização interna e reestruturação financeira, tendo depois crescido de uma forma orgânica e por aquisição de outras seguradoras, que culminou com a aquisição e posterior integração no Grupo Generali”, diz o grupo segurador em comunicado.

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Na sexta-feira o Jornal de Negócios e o Jornal Económico tinham avançado que este negócio estava a ser concluído depois do Expresso ter também noticiado a operação, tendo os CTT, em comunicado ao mercado, em que dizia que pretendia clarificar as notícias, escrevia que já tinha informado os acionistas em junho que estava a considerar uma parceria estratégica no Banco CTT, com a entrada de um acionista minoritário, e que tivesse a distribuição de seguros. “Nesse âmbito, têm vindo a decorrer negociações envolvendo os CTT e o Banco CTT com vista ao estabelecimento dos termos e condições de uma tal possível parceria estratégica”, mas não falava dos potenciais parceiros, prometendo manter os reguladores e o mercado informados “de qualquer desenvolvimento relevante”.

A Tranquilidade concluiu 2021 dom volume de negócios de 1.140 milhões de euros, dos quais 1.060 milhões na atividade Não Vida e os restantes 80 milhões de euros na área Vida.

A operação está sujeita a aprovação pelos reguladores, nomeadamente da banca (Banco de Portugal) e seguros (ASF). Os CTT dizem esperar que “esteja concluída antes do final de 2023”.